Daniel Campos

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Bendicta

Bendicta mulher
Que traz a poesia não dita
Apenas sentida
Quente e nua
Em teu colo.
Mulher maldita
Pelos demônios vermelhos
Mulher que gira
Sol terra e lua
No movimento em lira
De seus cabelos.
Mulher de tantos apelos
Mulher de poucos apegos
Mulher bendicta fruta
Madura aos pés do pecado
Colhida no quinto eclipse
Do jardim do apocalipse.
Quantos os cavaleiros
Bestas feras
Que se curvam como prisioneiros
Diante da bendicta era
Bendicta mulher
Que ama num altar
E guarda o vinho e o pão
Em sua boca de âmbar
Que ilumina a treva escuridão.
Bendicta mulher
A quem o poeta eleva a poesia
Em versos de prece
Mulher de corpus e paixão
Mulher que sobe aos céus
E desce à folha de papel
Mulher do cântico aparição
Mulher que aquece
No calor de sua luz
E esquece
A morte num amor em cruz.


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