Daniel Campos

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31/01/2014 - Flor da lua

Pelas voltas do quarto crescente
Hei de lhe pegar sem sobreaviso
Com olhos carnívoros
E lábios incisivos
Deitando seu corpo de pétalas
Pelos lençóis do vento
E todos os livros
Serão insuficientes
Para abrigar o que não tem abrigo
Para parar o que não tem paradeiro
Para registrar o que não registro
A ponto de deixar a lua
A mais nua de todas as flores
Completamente rubra
De pudor
De torpor
De furor


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