Daniel Campos

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11/06/2012 - A banalização de "Deus"

O nome “Deus” está em todo lugar. Deus no outdoor. Deus nas fachadas comerciais. Deus nos adesivos de carro. Deus na capa das revistas. Deus nos programas de televisão. Deus no picadeiro. Deus nas transações comerciais. Deus nas cédulas de dinheiro. Deus nas embalagens de açúcar, de farinha, de leite. Deus na moda fashion. Deus no rótulo do refrigerante. Deus nas redes sociais. Deus nas camisetas. Deus nos comícios. Deus no cinema. Deus nos hits de celular. Deus está “bombando” em todas as faixas etárias e classe sociais.

Para todo canto que se olhe, a palavra “Deus” está presente. Uma palavra tão forte em beleza, intensidade e significado, mas entregue a um violento processo de banalização. Deus se popularizou demais. Virou produto de massa. Caiu nas garras da vulgarização. Não respeitaram o mandamento de não tomar o nome de Deus em vão. Essas quarto letras que formam “d-e-u-s” são forjadas em ouro e pichadas nos muros. Letras que viram rap e outros ritmos e tendências. A palavra “Deus” se repete à exaustão. Deus virou vício.

Deus foi cooptado pelos modismos. Deus vende. Deus dá lucro. Deus tem peso político. Deus anda pelas bocas feito chiclete. Deus está nas páginas policiais e nas colunas sociais. Deus dá ibope. Deus virou bordão, refrão, feirão. Deus é marca, é grife, é símbolo. Deus se tornou lugar-comum, presença corriqueira, fato rotineiro. A imagem de Deus anda desgastada. Com isso, Deus, um nome com vida própria, perde importância. Se continuar nesse ritmo, “Deus” pode cair no ridículo, dar enjoo coletivo e até ser banido do vocabulário.


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