Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
23/03/2015 - A chuva no bico do João

Choveu, a menina entrou debaixo da coberta. Choveu, a lavadeira se queixou. Choveu, o pintor de parede preocupou-se com sua meta. Choveu, o sino da igreja nem tocou. Choveu, o menino não foi jogar bola. Choveu, deu preguiça de ir para escola. Choveu, o jardineiro agradeceu. Choveu, a florista enlouqueceu. Choveu, o carro não saiu do lugar. Choveu, no fogão uma sopa pro jantar. Choveu, guarda-chuvas e sombrinhas se abriram como flor na primavera. Choveu, a roupa deu em lama. Choveu, não faltaram convites para cama. Choveu, tudo fica mais lento e o relógio não espera. Choveu, o pescador se animou. Choveu, a mulher reclamou que ninguém limpou o pé para entrar em casa. Choveu, passarinho sacudiu a asa. Choveu, passarada cantou pra valer. Choveu, João que é de barro ganhou o que fazer. Choveu, João colheu sua matéria-prima pelo quintal. Choveu, Joana-de-barro pode fazer seu enxoval. Choveu, João-de-barro vai construir no alto do angico. Choveu, e o João-de-barro levou a chuva no bico.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar