Daniel Campos

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13/07/2010 - A copa de Paul

Passados os trinta e um dias da overdose futebolística, uma única certeza: quem ganhou a copa foi o polvo alemão. Paul, apelidado de Nostradamus, conseguiu prever os resultados decisivos da Fifa World Cup South Africa. Com nove cérebros e uma intuição digna do reino feminino, o molusco colocou a ciência em xeque e provou o fascínio da humanidade pela instituição do mistério. Ao contrário dos estádios sulafricanos, o olhar coletivo se voltou ao aquário marinho de Oberhausen, na Alemanha, casa do polvo de origem inglesa.

O polvo, com poucos meses de vida pela frente, se aposentou da vida de vidente com um currículo invejável e a promessa de ter como recompensa pelo seu êxito uma infinidade de mariscos, no entanto, será difícil esquecer seus feitos. Nem mesmo os céticos podem acreditar nessa seqüência absurda de coincidências. Há algo de místico em tudo isso. Os espanhóis que me perdoem, mas a taça deveria ficar com o polvo. Afinal, embora campeã, a fúria espanhola não teve os mesmos 100% de aproveitamento de Paul na competição.

O que, de fato, aconteceu? Será pura sorte ou alguma ligação com outro mundo? Será que Paul ouve vozes, incorpora espíritos, tem visões? Será a manifestação de Deus perante um mundo cada vez mais descrente? Será que os corvos e gatos pretos das bruxas correm risco de serem substituídos por polvos? Será um capricho da natureza no intuito de evitar a extinção da espécie? O que mais esse polvo é capaz de fazer? Até onde pode chegar com seus palpites? Essas e outras perguntas talvez só o deus Netuno possa responder.


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