Daniel Campos

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07/07/2008 - A ilusão do carro na tomada

O TwinDrive Golf, carro elétrico apresentado pela Volksvagem, em Berlim, virou rapidamente manchete nos principais jornais do mundo. Pudera, vivemos o pavor do fim do mundo de modo que qualquer novidade positiva parece reacender a luz no final do túnel. No entanto, carros elétricos não são, propriamente, novidades. O primeiro carro elétrico foi construído em 1837. O que fez essa idéia não vingar durante esse tempo todo ainda é mistério. Mas pode ter certeza de que passa pelo forte lobby em torno do petróleo.

Há também outra coisa a se pensar sobre esse assunto. Com os carros elétricos chega ao fim a fumaça saída dos escapamentos e acaba-se a emissão de gás carbônico, mas quem vai pagar a conta dessa eletricidade toda? Não vamos esquecer que até mesmo o Brasil, um país cheio de hidrelétricas, já sofreu com sérios apagões. Será que o mundo vai suportar a demanda por energia de uma frota automobilística que não pára de crescer? A dúvida é inquietante e poluente.

Nesse balanço ambiental, há de se pesar que serão necessárias mais usinas hidrelétricas, colocando fauna e flora debaixo d`água. Ou construir mais termoelétricas, queimando florestas e jogando mais gases nocivos na atmosfera. Ou construir ainda usinas nucleares, colocando em risco toda a humanidade. E ainda há a preocupação com as baterias, que depois de gastas, viram lixo tóxico. Diante de tudo isso, o carro abastecido na tomada pode parecer uma boa idéia, mas só a primeira vista. Por mais que a preocupação em torno de salvar o mundo seja urgente, é necessário não trocar seis por meia dúzia.


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