Daniel Campos

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19/12/2009 - As cores da mulher amada

A mulher amada tem cores primárias, secundárias e, até mesmo, terciárias ao longo de seu corpo. Perdoem-me a comparação, mas a criatura amada é uma caixa de lápis de cores se colorindo pela rua afora. Quando o vermelho dos lábios dessa mulher encontra o azul do horizonte o mundo da à luz a um sol violeta. Um sol que irá arder e suar e se arrepiar no desejo que há na mulher que se ama. Como um camaleão carregado de sentimento, a mulher amada é um desfrute de colorações.

Não é à toa que a natureza inspira perigo diante de um ser repleto de cores, sobretudo, de cores fortes, vivas, radioativas. Pois isso é a mulher amada: feixes e mais feixes de cores em permanente radiação, seduzindo e atraindo páginas em branco. Quando as palavras azuis da criatura que irradia amor encontram o amarelo das flores jardineiras, eis que se inicia um tempo verde. Mesmo fora de época, os corpos, femininos e masculinos, são tomados por uma primavera de polens. E eis que se dá a fecundação e o nascimento de mais e mais cores.

Pode ter certeza de que a mulher amada, mesmo quando se apresenta num universo de cores frias, borbulha intimamente em cores quentes. São cores doces, cores cítricas. E as cores universais, industriais, comerciais perdem o foco diante dos tons únicos conseguidos na paleta artística que é a criatura amada. Quando o vermelho das intenções da mulher se encontra com o amarelo de um sol cadente, eis que surge um tempo laranja, berrante de fantasias e pronto a ser degustado em todas as gomas, seja a goladas ou dentadas.


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