Daniel Campos

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15/02/2016 - Bailarina do cotidiano

Ela bem chegou e tirou para o seu bem o seu sapato vermelho. Ela tão logo deitou ficou de joelhos na frente do espelho para agradecer a si mesma pelo que sonhou e alcançou os braços do seu amor. Ela chorou de alegria e se extasiou como há muito não fazia. Ela se lambuzou de satisfação e como quem marca um gol não coube em si de comemoração. E tirou a camisa e jogou à torcida que aplaudiu de pé o show daquela mulher. Ela engasgou com o coração na boca, mas desentalou de toda ilusão que já há deixava rouca. E então, antes do fim, ela se deitou como se fosse jardim de primavera florindo e se abrindo a uma nova era. E ela floriu como nunca se viu. E ela se abriu como rio que desagua nas águas do mar de abril. E ela queimou, suou e se iluminou como pavio de vela perfumada de donzela enluarada. E ela chorou quente e alucinadamente feito parafina e mais uma vez se fez menina, bailarina do cotidiano, entre acertos e enganos, entre apertos e fulanos que a apertam de um jeito que a fazem gostar e achar que o mundo é perfeito.


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