Daniel Campos

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28/03/2011 - Doído

Inútil fingir. Impossível mentir. Adeus. Não posso mais viver nos lábios teus traindo os sonhos meus. Estrela da manhã, pecado da maçã, sorte da romã, vou-me embora amanhã. Chora porque eu também hei de me prostrar. Grita porque eu também terei de me calar. Sangra porque eu também irei sangrando. Mas pro nosso amor continuar no mais alto esplendor o espinho terá de renunciar à flor.

Irei tão doído como lágrima de palhaço, como saudade em cordas de aço, como corpo sem abraço, mas irei. Irei porque é necessário, mas guarda minha foto em seu relicário pra caso de eu voltar, um dia, poder se lembrar do meu rosto. O gosto da sua poesia ficará na minha boca. E seu nome eu irei chamando até minha voz ficar rouca e se perder no silêncio da distância. Prometo que anos depois vou continuar buscando nossa infância.


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