Daniel Campos

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09/11/2014 - Domingos de Interlagos

Os domingos de Interlagos já foram muito mais domingos. Hoje, o que se vê é uma corrida robótica, onde carros falam mais que pilotos. No meu tempo de Interlagos, a corrida era decidida no braço. As ultrapassagens eram possíveis. O risco era permitido. E o arrojo valia a coroa de um rei. Sou do tempo de Ayrton Senna, das voltas mais rápidas tiradas do fundo da cartola mais mágica da Fórmula-1 no momento certo. Domingos em que o corpo, mesmo a distância, ganhava os respingos do banho de champanhe. Domingos de vibração, de emoção, de catarse. Domingos de fé. Fé na chuva. Fé no inacreditável, no inalcançável, no imponderável. Corridas para assistir de joelho. Domingos onde Interlagos era altar e Senna, deus.


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