Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
15/01/2013 - Dormindo

Dormindo, a mulher amada se aninha em braços não menos amados. Dormindo, a mulher amada se veste de cobertas ao mesmo tempo em que se despe como uma lua adormecida. Dormindo, a mulher amada fala baixinho uma série de coisas que só o amor é capaz de entender. Dormindo, a mulher amada fecha os olhos para abri-los em outro universo. Dormindo, a mulher amada exala um perfume poético que inebria o quarto em todas as suas frestas.

Dormindo, a mulher amada se alonga em profundidade. Dormindo, a mulher amada é um retrato fora do porta-retratos. Dormindo, a mulher amada é feita de fogo, de brisa, de algodão-doce. Dormindo, a mulher amada caminha, flutua, volita por outras e novas dimensões. Dormindo, a mulher amada se reencontra com suas faces e facetas. Dormindo, a mulher amada se faz repleta de significados.

Dormindo, a mulher amada é uma fonte de casualidade. Dormindo, a mulher amada é o tempo conjugado em vários tempos. Dormindo, a mulher amada geme, vibra, suspira, estremece. Dormindo, a mulher amada ressona como os pássaros – de forma afinada e sem perder o equilíbrio. Dormindo, a mulher amada é absolutamente arte. Dormindo, a mulher amada roça suas pernas e lábios nas nuances da perfeição.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar