Daniel Campos

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08/05/2012 - Maio e o déficit de suspiros

Falta romantismo nos ares de maio. O maio das noivas e das juras de amor eterno não existe mais. As noivas foram extintas. O ato de noivar perdeu o significado com o vai e vem das relações amorosas. Se um casamento clássico já anda démodé, os noivados ficaram no passado. De uma hora para outra, sem muita cerimônia, os apaixonados se casam e descasam. Ao contrário de festas caríssimas, a paixão é exposta nas redes sociais. Os noivados só resistem nas páginas dos álbuns fotográficos e dos folhetins.

O período de tempo entre a promessa de casamento feita entre duas pessoas e a celebração da boda, que caracteriza o noivado, não cabe mais no ritmo dos corações pós-modernos. O noivado, como aprofundamento do compromisso assumido no namoro, ficou pelo caminho. Hoje me dia nem mesmo o casamento guarda tal grau de comprometimento. A seriedade deu lugar à liberdade, à informalidade, à espontaneidade do sentimento.

O metal das alianças de noivado foi trocado pela efemeridade dos beijos trocados. As noivas foram traídas pelo próprio desejo. Não há mais pré-disposição em esperar por uma pessoa por dias, semanas, meses, anos, tampouco alguém prometido a outro alguém. Quando foi a última vez que você recebeu convite para celebrar um noivado? Noivados ficaram íntimos e secretos. Foram absorvidos pelas relações cotidianas. Por essas e outras, maio passa, a cada ano, menos suspiroso.


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