Daniel Campos

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09/06/2015 - Malandragem

Malandro é o sol que não toma chuva para não entrar em curto. Malandra é a formiga que anda em fila para não causar intriga. Malandra é a cigarra que abandona a casca do passado para ir leve ao futuro. Malandra é a árvore que se desapega de folhas, frutos, sementes, flores, galhas e continua árvore. Malandro é o rio que corre sempre para frente. Malandra é a morte que não se revela para continuar surpreendente. Malandro é o beija-flor que dorme em pleno voo. Malandra é a abelha que se lambuza de mel. Malandra é a estrela que continua existindo como luz por muito tempo mesmo depois de seu fim. Malandra é a ostra que se fecha para o mundo em busca de sua pérola interior. Malandro é o pardal que anda aos pulos. Malandro é o astronauta que vive com a cabeça em Marte, em Saturno, na lua... Malandro é o vento que sopra sem cumprir itinerário. Malandro é o João-de-Barro que não mora de aluguel, tampouco financia sua casa própria. Malandra é a vida que no seu espetáculo diário guarda em sigilo absoluto as próximas cenas.


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