Daniel Campos

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29/06/2014 - Marcas que ficam

Entre o sim e o não, ela vem pela escuridão acendendo estrelas, ateando fogo na lua-balão. Quebrando o silêncio, vem cantando em outra língua uma canção pra ficar. Passa ora calculando seus passos ora transformada em asa delta entregue ao vento. Deixa a poesia da sua boca nas bordas dos copos, das taças, das tulipas pelo horizonte afora. Cruza as pernas como se cruzasse hemisférios em linhas nada imaginárias, mas que rendem tanta imaginação. Alimentando a mágica da noite, sopra vaga-lumes que voam embriagados de paixão num zanza daqui zanza dali. Sorri. Chora. Gargalha. Engole o choro. Vem e vai embora sem dar satisfação. Como flor ora nasce no leste ora no oeste ora no verde ora entre quatro paredes ora na cidade ora na saudade. Pelas vielas do sentimento ela devora o coração ao mesmo tempo em que faz dele sua rede pra balançar nas suas horas de verão. Ora grita ora interna-se em seu monastério particular. É tanto mistério que nem ela se conhece. E faz do amor algo que definitivamente não se esquece.


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