Daniel Campos

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08/03/2010 - Mulher-canção

No confim dos teus olhos eu me deito a ponto de perder as horas em tua atemporalidade. Como é fácil negar e esquecer os problemas do mundo quando em teu colo. E o que dizer do campo de flores que há ao longo de tua boca? Ah! Mulher, como são belos os teus nomes, os teus mandamentos e os teus mundos. São todos mistérios profundos envolvendo suas chegadas e partidas. Mulher, a mais querida e emblemática das criaturas.

O teu corpo, mulher, é ancoradouro de sonhos e promessas, porto de sedução, golfo proibido. São rios e mais rios de magma correndo pelas tuas entranhas. Ah! Mulher de estribilhos, canção dos assírios, conta-me as tuas façanhas. Eu sei que sóis e lírios se curvam ao teu passar. E pássaros lhe seguem a cantarolar em assovios. E, à flor de teus pelos e apelos, passa causando arrepios.

Mulher arco, quanta formosura há em tua arqueadura dividida entre a guerra e a paz. Esqueça as varas de condão e outros acessórios utilizados em feitiçaria, não há maior reboliço do que o toque, puro e nu, de teus dedos. Quer um segredo? Pois esta sentimentaria que lhe compõe decompõe em poesia a pedra de um coração. Berço de fantasia, eterno affair, lua do dia, canção-mulher.


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