Daniel Campos

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13/10/2011 - O amor me faz assim

O amor me domina, me tira do sério, me rouba o juízo, me dá sua língua. O amor me agiganta, me transmuta, me leva a outra dimensão. O amor nunca obedece as minhas fronteiras, rompe meus limites, confunde meu sim com seu não. O amor em mim é marco e micro, sol e chuva, luz e escuridão ao mesmo momento. O amor me multiplica, me acaricia e me esbofeteia com a mesma intensidade. O amor me transforma em saudade, em distância, em silêncio...

O amor me faz repensar a solidão, a ciência e o tempo. O amor me tira do chão, e depois me faz cair do céu mais alto, e depois ainda me entrega novas asas. O amor me condena, me inocenta, nunca me esquece ao longo de sua sentença. O amor me faz andar contra a corrente, matando ou morrendo em nome dele. O amor me lê e permite que eu o escreva. O amor me hipnotiza, me faz de gato e sapato e depois explode dentro de mim átomos e mais átomos de amor.

O amor me sela, me faz carregá-lo em marcha ou trote. O amor me domestica, me prende e me solta ao seu bel prazer. O amor me invade, me saqueia, me queima. O amor me asfixia, me faz arder, me devora e me faz sorrir. O amor alonga a minha estrada, tendendo ao infinito. O amor me alimenta e retira de mim tudo o que tenho, o que sou, o que quero. O amor me sacraliza, me santifica e me excomunga. O amor me coloca para rodar, num círculo eternamente vicioso.


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