Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
O sonhador do novo oeste

Bom-dia senhores passageiros. Quero um minutinho da sua atenção. Estou desempregado e por isso estou vendendo canetas. Minha mãe é doente do coração, tenho cinco irmãos pequenos e tenho que ajudar nas despesas de casa. Se vocês não puder comprar a caneta, podem me dar qualquer ajuda. Muito obrigado. Tenha uma boa viagem!

Brasília, primeira quarta-feira de agosto, 7h45, via W3, sentido norte-sul. Um ônibus verde e trêmulo pára em frente ao supermercado Carrefour Bairro nas imediações da quadra 712 Norte. Pela porta traseira entra um jovem de calça jeans descorada e camiseta com listras azuis e brancas entra no ônibus. Com gestos rápidos, distribui canetas de plástico colorido. São canetas amarelas, azuis e vermelhas. Preso em cada uma das canetas, um papelzinho retangular com a seguinte inscrição:

Me ajude. Compre essa caneta.
Custa 1 real
O senhor vai ti dar em dobro.

Alguns passageiros rejeitam, outros aceitam a ?caneta bilhete?. Um senhor de terno risca de giz e sapatos de cadarço pega a caneta, olha, vira, apalpa como se tivesse em suas mãos um tomate de feira. Uma moça de cabelos loiros e camiseta do Garfield vira o rosto para a janela, como se não estivesse ali. Um rapaz de tênis vermelho faz sinal de não com a cabeça. Uma senhora com várias sacolas rodeando seus pés finca os olhos nas letras impressas.

Quando chega até mim, no susto, pego a caneta. É uma caneta leve, com um designer avantajado, não sei se para impressionar os olhos dos passageiros ou para motivar o vendedor que tem os olhos fundos, desérticos de qualquer gota de ânimo. Se Nelson Rodrigues fosse um daqueles passageiros, certamente diria que a caneta tem uma nudez pornográfica. O menino se afasta, eu até queria falar algo, mas opto por não interferir na cena.

Aquele menino era apenas mais um entre os 224 mil desempregados do Distrito Federal. O seu texto trazia um português ruim, a encenação não era convincente, mas ao longo do seu monólogo, aquelas canetas se transformavam em pedaços de esperança.

Seguindo seu roteiro, após distribuir as canetas, vai para perto da roleta do ônibus, como se ali fosse seu palco e dispara o discurso, como uma mensagem gravada, e espera a reação dos passageiros.

Bom-dia senhores passageiros. (...) Tenha uma boa viagem. Entre os desejos de bom-dia e boa viagem, passam menos 15 segundos. Mas a lacuna é imensa. São poucos os que prestam atenção em suas palavras. Um número bem menor considerando o público que pegou as canetas. E dos que observam a fala do jovem, muitos não acreditam no que ele diz. Alguns o condenam com olhares de pouco caso. Outros balançam a cabeça num sentido negativo. Outros simplesmente o ignoram. O fato é que ele é apenas mais um personagem que encena seu drama no cotidiano alheio, como o moleque que vende chiclete no sinal, como o malabarista que joga facas em outro sinal, como o palhaço que pede sem achar graça... dentre aquele circo de desigualdade social, onde a lona pode ser o sol escaldante, as estrelas, ou o teto de um ônibus... os artistas da vida se apresentam trocando aplausos por esmolas. E aquele artista desenrolava suas lonas ao longo da terceira via ao oeste.

Das 26 pessoas que estavam naquele ônibus, 9 tiveram uma caneta em mãos. E apenas 2 pessoas ficaram com ela. A primeira não foi nenhuma das personagens descritas acima. Foi uma mulher de cabelos encaracolados que trazia o filho ao seu lado. Comprou porque gostou da caneta? Porque achou bonita? Porque acreditou no discurso do moleque? Não! Comprou porque o filho insistiu tanto que resolveu comprar.

A segunda pessoa, fui eu. E porque eu havia comprado? Leitor, eu estava diante de duas escolhas: ou comprava a caneta ou a matéria acaba aqui.

***


Quando o vendedor chegou perto de mim, as palavras embargaram. Queria lhe perguntar tantas coisas, mas as palavras ficaram na garganta. Os olhares apagados do moleque se contrastavam com um sol de 19 graus. Sem muita reação, tirei um real da carteira e comprei a caneta. O moleque agradeceu.

Um sinal para o cobrador e o ônibus pára na 709 Norte. Estamos em frente ao supermercado Pão de Açúcar. O moleque salta do ônibus e eu salto atrás. A parada repleta de gente. Ali, não tenta vender nenhuma caneta. Olha os ônibus, como se os conhecesse a dedo e, sem mais cerimônias, dá sinal para um ônibus alaranjado. Enquanto o motorista abre a porta traseira para o moleque, entro pela porta da frente. Passo rapidamente pela roleta, e quando dou por mim o moleque está me entregando a caneta novamente.

Esse ônibus vem de Planaltina, mais precisamente da Vila Buritis IV, distante 50 quilômetros do Plano Piloto. O ônibus quase lotado. Consigo um lugar na última fila ao lado de um rapaz com fone no ouvido. O moleque distribui as canetas e vai para a roleta fazer o mesmo discurso.

Bom-dia senhores passageiros. Quero um minutinho da sua atenção. Estou desempregado e por isso estou vendendo canetas. Minha mãe é doente do coração, tenho cinco irmãos pequenos e tenho que ajudar nas despesas de casa. Se vocês não puder comprar a caneta, podem me dar qualquer ajuda. Muito obrigado. Tenha uma boa viagem!

A locução é a mesma. As pausas, os erros de concordância, a exclamação no final do texto. Tudo parece ter sido ensaiado a exaustão até a finalização daquela peça. O público é diferente, mas a reação é praticamente a mesma. Uma senhora de cabelos cacheados vira o rosto quando ele estende a mão com a caneta. Um menino de chupeta na boca quer pegar a caneta, mas a mãe não deixa. Um rapaz pega a caneta e a coloca do lado. Uma mulher de óculos escuros e sombrinha prateada, pega a caneta e a tateia. Um menino de blusa amarela chega a escrever alguma coisa com a caneta em um caderno. Das 29 pessoas, 18 pegaram a caneta e apenas uma comprou. Eu. O vendedor nem parece perceber que o comprador era o mesmo do último ônibus.

A expressão ?Parada Solicitada? acende no visor da porta traseira. 706 Norte. O rapaz desce do ônibus e eu o sigo. Dessa vez, paramos em frente ao Mc?Donalds. São 8h13. Passa um ônibus amarelo queimado. Faltam poucas quadras para o final da W3 Norte. Em apenas uma manhã, eu já estava no terceiro ônibus. Três ônibus e o mesmo destino: a Rodoviária do Plano Piloto.

O moleque entra na linha que só circula na Asa Norte. Mesmo o ônibus estando mais vazio do que os outros, ele repete o mesmo ritual. Agora, das 18 pessoas, apenas 3 pegam a caneta. E só uma paga por ela. Eu. Desta vez, o moleque me olhou nos olhos por um período maior. Não disse nada. Apenas pegou o dinheiro e nem agradeceu.

Quando chegamos diante dos portões do Colégio Marista, na 502 Norte, ele pulou e eu o acompanhei. Começou a me olhar. Rodou em torno do próprio corpo. Coçou a cabeça. Deus dois passos que não o levaram para lugar algum. E sem mais rodeios: Você ta tirando eu, cara? Vai ficar o dia todo andando atrás de mim comprando caneta? Se quiser eu te vendo a caixa toda. A cena não permitia maiores pausas e eu precisava quebrar aqueles olhares. Já tomou café?

Hesitou em responder, mas sem ter o que falar disse a verdade. Convidei-o para comer alguma coisa e ele, com uma caixa de caneta nas mãos e uma caixa de desconfiança nos pensamentos, aceitou.

Entre bocados de misto com ovo e goles de coca-cola no balcão de uma padaria, descobri que ele se chamava Batata.

Roberto Gomes de Paula. Mas todo mundo só me chama de Batata. O apelido surgiu na 2º série, época em que levava uma batata de lanche cozida na mochila. A batata já descascada, ia embrulhada num guardanapinho vermelho. O menino que comia batatas de lanche no pátio da escola cresceu. Aos 19 anos, com a 6ª série incompleta, vende canetas para comprar batatas para levar para sua casa, em Samambaia.

Embora com pouca idade, já trabalhou como empacotador e entregador de um mercadinho, guardador de carro, panfleteiro, auxiliar de oficina, servente de pedreiro. Há 14 meses, vendia canetas. Um recorde para quem nunca parou mais do que cinco meses em um mesmo emprego.

Começou a vender canetas em ônibus porque um amigo lhe incentivou. Dizia que dava dinheiro. Esse amigo lhe deu várias dicas, de como entrar nos ônibus, abordar os passageiros, arrumar as canetas. Tudo foi planejado e ensaiado. Rochinha, esse seu amigo, começou a lhe vender canetas por 90 centavos cada. Depois, Batata descobriu que era possível comprar as mesmas canetas por 60 centavos. A partir dessa descoberta, a amizade acabou.

Trabalha das 7 da manhã às 19 da noite. Não sabia quantas vezes repetia aquele mesmo discurso para vender, em média, 40 canetas por dia. Dia bom chego a vender 50. Meu sonho é vender 100 canetas por dia. Desses 16 reais líquidos, 6 reais ele gasta em passagens no percurso de ida e volta do Plano Piloto até Samambaia e 5 reais em comida, geralmente uma marmita com bife acebolado. Adorava bife acebolado. No final das contas, sobram 5 reais para ele levar para casa. Cinco reais que tinham que se multiplicar ou dividir para fazer as despesas da casa e pagar as contas, como água e luz.

Tinha cinco irmãos. Cinco irmãos mais novos que ele. O pai havia se separado da mãe e ido morar em Goiás. Nunca chegou dinheiro nenhum de pensão. A mãe que sustentou os filhos trabalhando em casas de família teve que parar por conta de uma doença cardíaca. Estava com todos os papéis no INSS, mas não conseguia se aposentar. Fazia alguns bordados e vendia para os vizinhos. A irmã de 17 anos trabalhava como diarista e os outros, todos homens, faziam bicos em troca de alguns trocados.

Sobre sua situação atual, disse que já ganhou mais em outros serviços, mas gostava de vender canetas. Gostava daquela coisa de andar de ônibus, de ver gente, de estar em pleno movimento. Depois de comer três mistos com ovo e tomar uma coca-cola de 600ml, Batata disse que precisava trabalhar.

Perguntei para onde ele iria, disse que ia para a W3 Sul. Perguntei se ele não ia para a L2, outra via importante de Brasília. A resposta foi não. Batata cruzava a linha Norte - Sul, mas não chegava ir para Leste. Ficava o dia todo vendendo canetas no lado Oeste do Plano Piloto.

***

Passam-se dois dias do nosso encontro. Sexta-feira. 18h. Parada do Mc?Donalds, na 506 Norte. A parada repleta de pessoas. Casa, faculdade, cursinho para concurso público, barzinho... foi ali, entre todos os destinos possíveis, que Batata ficou de se encontrar comigo.

Os ônibus passavam. As horas passavam. O cheiro de fumaça embebedava os ponteiros. 19h30. Batata não viria mais. Era hora de embarcar em outros destinos.

Bom-dia meus amigos e minhas amigas. Meu nome é Moacir, moro na expansão do Setor O, em Ceilândia. Minha mãe está muito doente. Por isso, estou vendendo essas canetas para comprar remédio. Preciso da ajuda de vocês. Muito obrigado e boa viagem.

Boa-noite. Desculpa incomodar, mas preciso falar com vocês. É rápido. Moro com meus três irmãos num quartinho em Santa Maria. Não tenho pai nem mãe. Estou vendendo canetas para dar comida para meus irmãos. É só um real.

Boa-noite. Não quero tomar muito tempo de vocês. Tenho dois filhos pequenos e meu marido está desempregado. Temos que pagar aluguel, comprar leite, remédio. Estamos em uma situação difícil, por isso peço a colaboração de vocês. Não peço muito. Mas comprando a caneta, você estará ajudando muito.

O mesmo cenário. Ônibus circulando pela W3. A mesma essência do discurso. As mesmas canetas. Mas personagens diferentes. Moacir, Ronaldo e Iara. Mais três jovens, com as mesmas canetas.

Embora Iara morasse na mesma cidade e tivesse a mesma ocupação que Batata, não o conhecia. Aliás, ninguém conhecia ninguém. Ih moço, os passageiros não conhecem a gente, um vendedor não conhece o outro, acho que nem a gente mesmo se conhece ao certo. Embora tenha um monte de gente em volta, o meu trabalho é muito solitário. Às vezes da vontade de sentar e chorar. Ás vezes dá vontade sair correndo. Mas fazer o quê? Ninguém escolheu essa vida. Mas tem que dar um jeito de sobreviver. Com um vestido tão sujo quanto suas unhas, Iara enche os olhos d?água e desce do ônibus.

Moacir vendia canetas há dois anos. Há dois anos não conseguia um emprego fixo. Foi fichado durante quatro anos em uma padaria, que faliu. Sem emprego, viu naquela venda de canetas uma alternativa. Não quero ficar a vida toda vendendo canetas. Mas por enquanto não tenho saída. O pouco que ganho disso aqui (mostra as canetas) dá para levar alguma coisa lá pra casa. Ta tudo muito difícil. Muito difícil. Muito difícil. Muito difícil. Repetindo inúmeras vezes a expressão ?muito difícil?, Moacir desceu do ônibus.

Tem gente que rouba, que pede esmola, que vende alguma coisa. Eu já fiz as três coisas. O que a gente ganha mais é roubar. Mas da última vez me dei mal. Muito mal. Pedir esmola dá menos trabalho do que vender essas canetas, mas seu rosto fica muito visado. E já tem muita gente pedindo. Então, resolvi vender isso aqui. Ontem vendi 7 canetas. Hoje eu vendi 8 canetas. Isso não dá nem 3 reais de lucro. Mas sabe o que eu vou fazer com esses 8 reais? Vou tomar tudo em cachaça. E sabe por que eu vou beber? Porque eu vou comemorar. Hoje é o último dia que vou vender canetas. Parabéns, meu amigo, você comprou a última caneta que o Ronaldo da Costa Claro vendeu.

Ronaldo começou a rir e rindo desceu do ônibus. Mas desceu com a caixa de canetas na mão. Se a realidade falasse mais alto do que sua indignação, não iria se livrar delas tão facilmente.

***

Penúltima quarta-feira de agosto. W3 Norte. Ônibus lotado, recém-saído da Rodoviária. Em frente ao Brasília Shopping, um jovem entra pela porta traseira. Era o Batata. Só que agora trazia nas mãos uma daquelas latas, forradas com brasa, cheia de cones de amendoim.

Amendoim torradinho. Amendoim quentinho. É só um real. Amendoim. Amendoim torradinho. Amendoim quentinho. É só um real.

Batata vende cinco saquinhos de amendoim só naquele ônibus. Quando vou pagar o meu, ele me reconhece. Isso é que é freguês fiel. Risos e um aperto de mãos. A cada amendoim vendido, ele ganhava 80 centavos. O dobro do que lucrava com as canetas. Mas só vendia amendoim depois das 16 horas. Cedo ninguém quer comer amendoim. Então diversifiquei meus negócios. Vendo pão de queijo e bala de coco durante o dia e amendoim no final da tarde e durante a noite. Começo no mesmo horário, só que agora vou até as 9 da noite. Aquele dia eu não apareci porque estava correndo atrás dessas outras coisas. Surgiu essa oportunidade e eu fui atrás.

Batata estava feliz. Estava conseguindo levar até quinze reais por dia de lucro para casa. E queria mais. Queria começar a vender outros tipos de comida dentro do ônibus. Estou pensando em montar uma banquinha em algum ponto de ônibus da W3, deixar um dos irmãos tomando de conta enquanto eu fico nos ônibus. A cada volta na W3, desço na banquinha, encho o isopor e volto. Pensou? Coca-cola geladinha dentro do ônibus. Marmita quentinha dentro do ônibus. Vou ficar rico.
Domingo. 10h45. Samambaia. Um muro inacabado no reboco, um portão ainda no zarcão, uma calçada com duas árvores pequenas. Algumas palmas depois, um menino sem camisa e com os pés no chão abre o portão. Segundos depois, Batata aparece. Você veio mesmo, hein? Três linhas de arame esticadas com dezenas de roupas de todos os tamanhos dependuradas. Dois cachorros pulam, correm, latem. Bebeto e Romário. Vestido com a camisa do Flamengo, Batata me leva para conversarmos na sala. O barulho de uma televisão 14? sintonizada no Esporte Espetacular da Rede Globo e um cheiro de feijão na panela de pressão. Sua mãe estava adiantando o almoço. Com um riso nos lábios e uma faca nas mãos, entra na sala para dar as boas vindas. A irmã e os outros dois irmãos haviam ido até a igreja. Era o horário do culto para crianças. Ele era a única pessoa na casa que era católico. Todos os irmãos e a mãe se tornaram evangélicos. Eu não virei de religião. Tenho muita fé em Nossa Senhora Aparecida. Do lado de seu colchão, uma imagem de gesso da padroeira do Brasil, com alguns esfolados branqueando seu manto, e um terço azul de plástico. Tenho muita fé. Esse terço é da minha primeira comunhão. Toda noite peço que ela me ajude. E ela está me ajudando.

Se não fosse a fé, aquele menino que começou a trabalhar aos 11 anos de idade, cresceu sem pai, saiu da escola para poder ajudar a mãe, já teria desistido. Namorou três mulheres. Mas só amou uma. E essa nunca foi sua namorada. Ela tinha 13 anos e ele 14. Ela continuou na escola, terminou o colegial. Mesmo depois de deixar o lápis e a borracha de lado, ele ainda a flertava enquanto vendia balas e chicletes na porta do colégio. No final da aula, ela passava por ali, dizia oi, e ele a entregava uma bala como quem entrega uma rosa, uma estrela, um pedaço de si próprio. E seus olhos iam acompanhando aquela menina de cabelos encaracolados e pintinha na bochecha. Ele não se lembra quantas foram as balas, mas recorda do dia em que passou de braço dado com um ex-colega de classe. Passou no seu tabuleiro, o antigo colega lhe cumprimentou e ele deu duas balas com o mais amarelo dos sorrisos. Desde aquele dia em diante, nunca mais montou o tabuleiro de balas na frente da escola. Viu Bianca outras vezes, em outros braços, mas nunca mais a entregou nenhuma bala ou palavra doce. Embora namorasse outras meninas, Bianca sempre foi sua amante. Ainda sonhava em se casar com ela. Essa instabilidade estava presente nos empregos, nos relacionamentos, nos sonhos. Batata tinha milhões de sonhos, projetos, idéias. E embora a vida insistisse em fincar seus pés no chão, seus olhos corriam sempre para as estrelas.

A minha vida está dentro dos ônibus, no meio das pessoas, naquele movimento todo. Entre o mar de piche, diesel e roletas navega Batata, o sonhador do novo oeste.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar