Daniel Campos

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14/02/2012 - Tardes na janela

Louco de amor e de aflição, eis como eu levo os meus dias chuvosos de poesia, separado por quadras e eixos paralelos e perpendiculares da mulher que fia o meu destino em seu tear de paixões e incompreensões. As tardes surgem como pinturas de manicômio no vidro da minha janela. Lá fora o mundo real parece um borrão. Vejo as ilusões caminhando pelas ruas, os sonhos crescendo nos jardins e as esperanças se cristalizando como pedra nos olhos de quem tenta enxergar além das nuvens escuras.

Nesses dias de chuva, o céu ganha um riscado de baile. Tudo parece estar em movimento numa dança que não cessa. Um balé de folhas de árvores e de cadernos promovendo desenhos abstratos no chão e crônicas de um amor caudaloso em livros ainda não escritos. As cores se realçam, as formas se confundem, as sombrinhas formam outra dimensão. Tudo inspira um romantismo desmedido, redimensionado no mais puro sentido do afeto e do querer perto.


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