Daniel Campos

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01/10/2008 - Um atentado lingüístico

Agora é lei: o presidente bateu o martelo em relação as novas regras na língua portuguesa. Vamos ter que desaprender a escrever. Afinal, quem escreve errado saiu ganhando. Já imaginou escrever idéia sem acento? E abolir o trema dos textos? Mais do que uma questão fonética, o trema confere uma outra beleza ao texto. Uma beleza que, graças ao Lula, está praticamente extinta. É claro que restarão os românticos do trema, mas a tendência é eles desaparecerem um a um.

Há tanta coisa para ser feita e a maior autoridade do país resolve acabar com um inofensivo trema. Se ao contrário daqueles dois pontinhos horizontais fosse um colarinho branco, garanto que o Lula não teria mexido com ele. Pois é, o trema caiu. E com ele, alguns acentos agudos e circunflexos, os populares risquinhos e chapeuzinhos. Agora, o que vale é enjoo, abençoo, deem, leem. Há ou não a sensação de que as palavras estão peladas?

Essa globalização lingüística nos aproxima mais e mais da frieza do inglês. E onde estão os nossos literatos, os nossos poetas, os nossos romancistas? Por que não há um levante contra esse retrocesso? Será que a língua portuguesa está morta? Quais serão os próximos atentados contra nossa língua? É hora de a Academia Brasileira de Letras mostrar que sabe fazer algo além de tomar chazinho. Ora, ora... ainda bem que eu não falo português. Eu falo a língua dos sentimentos. E esta não muda nem que a vaca tussa. Ou seria o presidente?


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