Daniel Campos

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27/10/2012 - Um peso e duas medidas

Para cada flor, um monte de espinhos. Para cada sorriso, um sem número de lágrimas. Para cada encontro, mil desencontros. Para cada sol, quatro luas. Para cada milharal, meia dúzia de espantalhos. Para cada gata, dezenas de vira-latas. Para cada litro de mil, milhões de abelhas. Para cada duas asas, um pássaro. Para cada braço, seis cordas e infinitas combinações de acordes. Para cada ganhador, uma fila de perdedores. Para cada encruzilhada, um universo de caminhos.

Para cada casamento, duas ou três separações. Para cada pão, milhares de mãos. Para cada assassinato, dez mortos. Para cada anjo, um demônio. Para cada tempo, diferentes modos de se viver. Para cada roda da roda gigante, mais e mais beijos. Para cada maçã, uma, três, cinco, sete mordidas. Para cada dia de sorte, um ano de azar. Para cada espelho, uma multiplicidade de reflexos. Para cada árvore, punhados de frutos. Para cada mão da menina, uma, duas e até três bonecas.

Para cada santa, um terço de rezas. Para cada porta retrato, centenas de lembranças. Para cada destino, uma multidão de possibilidades. Para cada salário, um segredo de dívidas. Para cada mulher, um amontoado de cabides. Para cada coração, pedaços de amor. Para cada nuvem, uma diversidade de interpretações. Para cada ocasião, um nó distinto. Para cada nome, zilhões de rostos. Para cada estação, um trem inédito. Para cada história, uma galáxia de desfechos.


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