Daniel Campos

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02/07/2014 - Um só dois

Chama, chama, ai me exclama pra perto. Sem roupa, sem medo, sem veto. Ofensiva, toca-me, entoca-me, invoca-me, provoca-me pura e lasciva. Uiva em meus ouvidos fera em gemidos. Desafia meu coração. Desfia sua sétima intenção para comigo. Deposita suas mensagens nas garrafas dos meus olhos de vidro. Chama, chama, ai me enxama e saiba que eu ligo. Que a ousadia vença a simpatia. E que do amor o tempo jamais se esqueça. Que a paciência tenha clemência. Que os copos formiguem e se liguem. Que nossas pernas dividam o mesmo chão porque nosso teto é para além de toda e qualquer constelação. Chama, chama, chama ó tirana pelo seu servo. O amor é tudo menos cego. A esperança é o que de mais nobre carrego. Sou príncipe da espera. Sou pobre pólen na semente da primavera. Sou lince com dentes cravados na era ausente. Chama, chama, ai me engana, ai me ama, ai me trama, ai me amola pelas molas da sua cama.


Comentários

02/07/2014, por Rafaela Almeida:

Príncipe da espera? Príncipe com certeza, mas alguém que escreve assim e ama desse jeito e é romântico super assim precisa esperar? Demais essa citação do lince, do pólen, do pura e lasciva. Mais um texto primoroso. Não sou princesa, mas também espero pelos textos de amanhã rsss.


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