Daniel Campos

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A dor não cessa

Sem você, não há porquê.
Sem você, as horas se escondem.
Sem você, as palavras me sufocam
Os risos demoram a chegar
E quando chegam não tem o mesmo sabor
De quando ridos com você.

Sem você, os dias tendem a passar.
Tanto faz se é sol ou lua o que se dependura no céu.
Sem você, voa-se mais baixo nos ares da imaginação.
Sem você, os lugares ficam inabitáveis.
Sem você, até o silêncio desafina.
Sem você, os planetas se perdem de suas órbitas.
Sem você, a dor não cessa
Nem mesmo com doses de sono, desabafo e uísque.

Sem você, tudo é não e não.
Sem você, a felicidade fica para depois
Os caminhos caminham em círculos
E as roseiras têm mais espinhos.

Sem você, a vida tem prazo.
Sem você, bandido e mocinho se unem no choro.
Sem você, sou aquela vista entre espaço e solidão.
Sem você, quer-se fugir
Mas vem o medo de você voltar
E eu não estar a postos para lhe receber.

Sem você, os físicos equacionam a distância
Em formulas que os sonhadores não entendem
E eu sonho... sonho você.

Sem você, eu falto, tu faltas, ela falta...
Sem você, o melhor é trair o tempo
E engravidar-se de saudade.

Sem você, espalha-se uma epidemia de medo.
Medo de nunca mais
Nunca mais lhe ver, lhe dizer, lhe tecer.
Sem você, promessas são promessas.
Sem você tudo é pouco
E fica até difícil ser louco.

Sem você, eu me culpo.


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