Daniel Campos

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A mulher que não se sabe

Nada é pior do que não se saber a mulher amada.
Se você a vê, ao menos de longe, sabe que ela existe.
No entanto, se ela surge só em pensamentos, eis o perigo:
A linha entre saudade e loucura é fina demais,
Ela pode estar em um penhasco ou em um apartamento
Que não nos traz nenhum sentido.

A distância talvez seja a maior das traições
Ainda mais quando ela não deixa caminhos...
E assim se faz a mulher que não se sabe
Distante e presente, ao mesmo tempo,
Perto e ausente.
Só que você a vê com um rosto que não é mais dela
E sim do tempo...
Por mais que o tempo não consiga roubar sua lembrança
Ele lhe deixa isolado com um pedaço de passado.

Meus amigos, meus inimigos
Eis uma certeza:
A mulher que não se sabe é uma ilha de passado
Cercada por águas descuidadamente desérticas
E propositalmente desconhecidas.


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