Daniel Campos

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13/03/2014 - É minha

Minha amada é como se fosse a mulher
Que é minha, mesmo sendo livre é minha,
Antes mesmo de o nosso mundo ter nascido

Ela se faz minha como criança dormindo
Que sonha e se sonha minha quando a carrego
E tudo é real sendo sonho de ser um do outro

Minha mulher é minha pátria, minha língua
Minha direção, minha poesia, minha vontade
De gritar ao amor que eu sou de quem é minha

Ah! Ela é tão minha que de minha ser, emociona
O corpo esquenta, o peito silencia e o rosto chora
Na pureza de uma beleza que nasce e se põe minha

E por ser minha sei que sempre estará em mim
Mas isso não impede a ação de ciúme e saudade
E do prazer que a quer nos meus braços sem cansaço

A minha mulher é minha sem que isso configure posse
Não há cercas ou grilhões ou obrigações ou senões
Mas minha num pacto de doação mútua e incondicional

Minha na dimensão mais profunda do verbo amar
Minha luz, minha água, meu querer, meu sal
Minha certeza de que não sou nem nunca fui só

A boca que chega e se vai sem dizer adeus é minha
Os olhos, os cabelos, os pés, os joelhos dela são meus
Como as quatro luas são do sol, cobertas ou nuas

A mulher que eu quero ninar e mimar é minha
Como as cores que pincelam seu corpo
Que não tardo a chamar de meu, de fazê-lo meu

Tenho-a em cada tremor, gemido, calor
Numa ligação invisível, mas sentida e vivida
De tantas formas crescendo minha

Sim, porque minha amada é minha por demais
E sempre mais numa declaração crescente
Por silêncios e palavras do quanto minha o é

É minha em minhas mãos ou pensamentos
É minha de forma concreta mesmo surreal
É minha mesmo solta como o vento

E porque a amo (e sou amado) tanto eu a tenho minha
Ainda à parte do convencionalismo regente
Mas num encanto que supera qualquer laço

Mulher minha... Namorada, noiva, esposa
Alma gêmea, destino cruzado, união acesa
Coração meu, tempo meu, reino meu

E o ser, do ser minha, vai além do ter ou querer
É um ser minha cheio de poder que nos faz saber
Que somos um do outro criando asas e raízes


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