Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
Entre o sol e o mar

Sou do tempo
Em que os românticos
Falavam a língua dos jobins
Amar era bossa
E uma bossa nova
O amor, o sorriso e a flor
Era um lema
E tudo mais
Era uma saudade que chegava
Num barquinho
Feito de papel poema
Deslizando
Entre o sol e o mar
Aliás,
Amar era um ato ensolarado
As meninas tinham corpo dourado
Andavam de bicicleta
E o lobo mau flertava
Uma chapeuzinho de maio.

Sou do tempo
Em que as artérias
Eram de aço
Ao menos no violão
De um dos garotos da lua
E independente se as cartas
De amor eram ridículas
Tínhamos
E vivíamos
As cartas náuticas
E astronáuticas
Em todas as suas morais
E como quem adora o seu deus
Pedíamos benção
Aos pequenos detalhes
E aos pequenos milagres
Contidos
Num amor, num sorriso e numa flor.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar