Daniel Campos

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Inventor de histórias

Compositor
De dor em dor
Vai vivendo a sua obra
Nascendo e morrendo
Em sonhos de lá
Em sonhos de si
Em sonhos de dó.
O violão
Uma canção
Nada importa
Sem a presença
De outros lábios
Que o alimentem
De inspiração
Lábios molhados de uísque
Ou de uma aguardente qualquer.
As mãos amarguradas
Desprezadas
Empunham o lápis
Como quem declara a morte
Num resto de papel.
Um olhar para a lua
Outro para não sei onde
Muito longe.
As palavras tímidas
Se conhecendo melhor
Num som vazio
Num desvario
De uma angústia anterior
Guardada, trancada
Em segredo
Sofrendo num canto do corpo
Do compositor.
Quem dera aquele que inventa
Para viver
Guardasse os sentimentos
Num baú de histórias.
Quem dera se o compositor
Composse a hora que quiser
Sem depender de nada ou ninguém.
Não
Não haveria amor que suportasse
Namorar tanta dor.


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