Daniel Campos

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João da vida

Caminha, caminha João
De tantos joões pelo mundo
Que tem o mesmo destino
Ao final do mesmo caminho
Um aluno da vida, corcundo
De tanto olhar ao chão
caminha, caminha João.

Caminha, caminha João
Nas trincheiras da crise
Perambula às ruas
Nas súplicas suas
Tal qual a reprise
Da velha ilusão
caminha, caminha João.

Caminha, caminha João
Diplomado desempregado
Coroado de problemas
Pobre, nunca viveu um poema
E de sorrir já não se lembra não
caminha, caminha João.

Caminha, caminha João
Não anda atrás de marias
Na ilusão da vida a amar
João só tem que chorar
Pois já tem a Maria e três crias
Aguardando um pedaço de pão
caminha, caminha João.

Caminha, caminha João
Brasileiro cansado de sofrer
Caminha na esperança
Tanta que não se cansa
Da vontade de viver
De não ser apenas João
Mas João da Felicidade
João sem Saudade
Da outrora sofrida
Caminha, caminha João
Caminha, caminha vida
Caminha João da Vida.
Em Serenata

Pediu-me uma poesia
Eu, um beijo de amor
Inspirado na madrugada
Esculpi seu poema
Mas a poesia roubou
Do beijo o amor.

Ansiou-me uma canção,
Eu, outro beijo
Afinei meu violão
E dedilhei meu desejo
Mas o beijo soprou frio
E vazio me desafinou.

Almejou-me serenata
Eu, lábios em cascata
Cobri estrelas de poemas
Brotei uma rosa de alfazema
Nos espinhos do peito
E para desgosto do sol, enfeitiçada
Possui sua boca enluarada.


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