Daniel Campos

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Noite sem marilene

Ai, a noite fria
O cheiro da chama
De quem vela
A parte vazia
De um dos lados da cama

Vela de joelhos ao chão
Vela no mais simples refrão
De uma ladainha
Onde o amor é a linha
E o céu é um maranhão
Em forma de lua
Que quanto mais se cultua
Mais foges da mão

Ai, velo a tua ausência
Velo-te na penitência
De amar-te mais do que pude
Ah! Quero beber tua essência
Embebedar-me em teu corpo
Teu corpo de anil
E num longo suspiro
Sentir que respiro
Teu sopro
Teu sopro febril

Ah! Quero me debruçar na tua falta
Quero aportar na tua lua em maré alta
Quero me jogar na flauta
Do teu sexo
Que deixa o coração
De todo desconexo
Tudo de convexo
Há em teu sexo mulher
Feito de imensidão
E de pétalas
E de sépalas
De bem e bem-me-quer.


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