Ode aos seus pés
Lá estavam eles 
Um sobre o outro
Sem nenhuma proteção 
Sem nenhum adereço
Estavam ali
Desprotegidos e divididos
Sombreados da falta de sol
Aparentemente desacordados
Num sono tranqüilo 
Num universo de fantasias
Típico da mulher que os trazia
Abandonados à impressão  
De que qualquer ruído
Um estrondo ou um cochicho 
Poderia despertá-los
Mas e se não dormissem?
E se fingissem
Só para flagrar-me entontecido? 
Os dois ali, 
Desembocando de pernas cansadas
Os dois ali,
Ao alcance de minhas mãos abstratas
Algumas quase horas
Na verdade, trinta e seis minutos
De uma elegância sem tempo
Um sobre o outro
Numa falta de movimento  
Um sobre o outro
Nas andanças do meu diálogo.
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