Daniel Campos

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16/12/2015 - Rio vazio

Ando vazio. Levo tantas coisas comigo, como um rio, e, ao mesmo tempo, não levo nada, sou levado, arrastado, jogado rumo ao mar. Sou água corrente. Nada me prende. Corro. Evaporo. Chovo. Volto a correr. Choro. Vou a me perder e a me achar e a me saber e a me deixar rumando ao mar. Não importa quanto tempo demore ou que curso tome, a certeza é que vou dar no mar. E é melhor não perguntar como será esse encontro, pois já ando tonto de imaginar minhas águas doces sacudindo para lá e para cá nas ondas do mar bravio. E eu rio, ando com tanto, seja deste ou de outro mundo de encanto, e, mesmo assim, vou vazio, pois águas correntes só vão à frente.


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