Daniel Campos

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Romântico bélico

O deus da guerra
Violentou a deusa do amor
E eu nasci assim
Romântico bélico
Do princípio ao fim.

Tenho cordas vocais
No coração
E palavras em ordem de batalha
Entre flores e pedras
Sou da espécie de homem
Que vai à cozinha
E prepara uma comidinha
E põe mesa na cama
E ainda leva uns bocados
À boca da mulher amada.

Sou tímido
Mas venço o medo
De oferecer
O que sinto
Às mãos da mulher amada
Ou de roubar flechas do cupido
Mais próximo
Só para me ferir
De mais amor
Aumentado em muito
O metabolismo
Do meu sentimento.

A minha maior metade
Não é daquele homem alfa
Que é símbolo da coragem
Da valentia, da força
Que garante a caça
E é líder da espécie
Senhor da guerra
E, no fundo do fundo,
É mais macho
Do que homem.

Sou homem beta
Aquele que assume
Suas fraquezas
Seus conflitos
Seu romantismo
E ainda discute a relação
Homem que trabalha fora
Mas que arruma a casa
Que rega as plantas
E ajuda a filha no dever da escola.

Mas mesmo com toda essa sensibilidade
Assumida
Protejo
Brigo e mato
E me agiganto
E maltrato
E viro pelo avesso
Em nome de um amor
Maior.

E entre trincheiras
E jardins
Peço perdão
Choro em público
Escrevo poesia
E digo eu te amo
Sem medo de cair em pleno vôo...
Sou romântico bélico
Faço o amor e assim faço a guerra.


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