Daniel Campos

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11/09/2013 - Rumo à nascente

Toca
Em frente
Rumo à nascente
Do ribeirão
Toca
Pelo barro
Pelo inverso do rio
Por onde não passa carro
Toca
Pela mata fechada
Seguindo o cheiro d’água
Onde a pureza desagua
Toca
Sem pressa
Sem desviar da trilha
Como que pagando promessa
Toca
Pelo sim pelo não
Sempre em frente
Rumo à nascente
Toca
Guiado pelos bichos
Pelas estrelas, pelo vento
Por arrepios de sentimento
Toca
Pelo fresco
Fazendo afresco
Pelo chão
Toca
De mãos áridas
De garganta seca
De alma cálida
Toca
Sem fazer parada
Sem parar por nada
Sem piedade de si próprio
Toca
Por entre feras e sedas
Por vales e veredas
Pelo que chora e sangra
Toca
Com língua de violeiro
E espírito de mateiro
Rumo à nascente.


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