Daniel Campos

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Sangro

Antigamente era assim...
Uma ferida que ardia em meu corpo
Hoje, ardo na ferida
Não estanco
Sangro
Quando lembro

Uma blusa igual em outro busto
Uma história que gostava de ler
Um anel que fazia questão de mostrar
Um perfume bem guardado
Um jeito de cruzar as pernas
De mexer nos cabelos
De sorrir sem se deixar...

Qualquer coisa que a traga novamente
Nem que seja em outro plano
Faz a ferida se abrir
Num vazio
Propício
E a carne se mancha
De vermelho
Sob a ilusão do sangue azul...

Agora,
Quando perto
Sofro a hemorragia
No resto da alma
Que me sobrou
Refugiada
E perdida nos confins
Da minha carne.


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