Daniel Campos

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Sem você

Sem você...
O dia não nasce
Aborta.

Sem você...
O sol se desequilibra
E cai.

Sem você...
Não há mais memória
Não há mais história
Não há mais nada a fazer
Senão atrasar o relógio
Revirar as folhas do calendário
E ter olhos de calvário.

Sem você...
O último pirilampo se apaga
A sombra se espalha
Infesta todas as frestas
E nos molesta.

Sem você...
O sono é frio
O caminho é vazio
A flor é mentira
A letra é reprise
O novo é segredo
E os navios estão de partida
Para o mar alto
Da despedida.


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