Daniel Campos

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Soneto miado

Era uma vez a gata que miava
No telhado cru da rua do riacho
Dando arrepios nos brios de quem passava
Pelos agudos de seu contrabaixo

A gata miava de fome e desejo
Fome de gato desejo de rato
A procura de comida e de beijo
Miava à lua do cio sozinha no mato

Miava cantando miava sussurrando
Miava se entregando miava gozando
Miava amante, miava, miava amada

Ai, miava gemendo miava nascendo
Ai, miava sofrendo miava querendo
Que o mundo miasse no tom da sua miada.


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