Daniel Campos

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Um amor atemporal

Por quantos dias
Paqueremos as nossas lembranças
Por quantos dias
Namoramos como duas crianças
Por quantos dias
Beijamos-nos
No encontro dos ventos
Do sentimento
Nas travessuras das luas
Nas transversais das ruas
Nos contos de fada e de bruxa
Que se desenrolavam
Que se desdobravam
Em nossa noite
Vazia e calada.

Por quantos dias
Beijamos-nos
Em lábios de anjos
Por quantos dias
Amamos-nos
Nas espirais das nossas conversas
Tão reais
Nas sucursais de nossos labirintos
Espirituais
Onde o eu te amo
Era dito e bendito
Em outras línguas
Línguas de sinais
Línguas de calores
Línguas surreais
Línguas de odores
Que brotavam das nossas almas
Com explosões de calmas
E pudores.

Ah! Por quantos dias
Ficamos escondidos
Subvertidos
A um medo sem sentido
Ah! Por quantos dias
As línguas da solidão
Foram companhias
No céu de nossas bocas
Ah! Por quantos dias
Essa hemorragia
De amor
Ficou contida
Na flor
Das nossas gargantas
Aos pés das santas

Ah! Por quantos dias
Desencontramos-nos
Para nos encontrar
E nos encontramos
Para nos reencontrar
E nos reencontramos
Para nos desvencilhar
Do espaço
Do tempo
E da trapaça
De um deus qualquer.


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