Daniel Campos

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Um coração

É uma energia, é um devaneio, é um destino
Um coração
É um infinito querer mais perto
É qualquer coisa de desejo
Que ora diz sim ora diz não.

É uma vitrine, é uma seita, é um choro
Um coração
É ouro, musseline, zinco ou brisa
É uma lua que flutua sem asas
Que dança sem marcar o chão.

É uma proposta, é um tempo, é um esconderijo
Um coração
É um sentimento oblíquo e convergente
É o mundo sem fronteiras
Das chamas que se chamam solidão.

É uma magia, é uma promessa, é um medo
Um coração
É mais intenso que uma cidade
É menor que um beija-flor
Escondido nas bocas das cores da canção.

É uma felicidade, é uma alegoria, é um conto
Um coração
É um mistério sem fundo
É quando o encontro fica a sós...
Dois corações não são chuvas de verão.

É uma sentença, é uma clareira, é uma epidemia
Um coração
É um rosto que (des)aparece abstrato
É aquele ?quê? de milagre e pecado
Perdido nas linhas da mesma mão.

É um espanto, é um tom, é uma espera
Um coração
É um trilho solto no horizonte afora
É o paralelo que se cruza e é cruzado
Em tantos recomeços que se vão.

É uma concha, é um signo, é um detalhe
Um coração
É quando quatro oceanos se misturam
É quando o vento se divide
Metade sonho, metade ilusão.


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