Daniel Campos

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13/08/2014 - Vem, vem, vem...

Vem
Vem minha menina
Vem pros meus braços
E deixa eu lhe contar
Que mais linda não há

Vem
Vem minha menina
Pra eu enxugar
O pranto que já
Ficou pra lá

Vem com todo açúcar
Vem deixando maluca
A minha boca pela sua
Fazendo-se nua
De toda preocupação

Vem e confia seus sonhos
Às minhas mãos
Esquece o lá fora
Chora,
Não chora mais não

Vem e não negue
O amor e se entregue
Aos mimos imateriais
Sabendo que lhe estimo
E nos rimo pra sempre casais

Vem, vem com essas pernas
Que deslizam como saveiros
Em mar aberto
Vem pro meu colo
Ouvir que lhe quero perto

Vem, deixando-me afundar
Por inteiro nas cisternas
Dos seus olhares
Que cintilam
Como candeeiros

Vem, minha menina
Sem medo de nada
Falante ou calada
Deixando à mostra
Suas costas aladas

Vem, vem escutar
Que mais bela não há
Vem sonhar
Que é possível
Sobreamar

Vem dona do nobre
Vem, sobe em mim
Vem, cobre-se de mim
Vem, ai pobre de mim
Sem você

Vem sem avisar
Sabendo o por quê
De vir pra ficar
Ganhando cócegas na alma
Amando de gargalhar

Vem, dispara meu peito
Vem, no nosso encaixe perfeito
Vem pra eu reafirmar
Que mais amada não há
Não, não desse jeito

Vem, deixa eu lhe elogiar
Tratar-lhe como bem merece
Vem, vem não esquece
Do que somos nós
E de quanta saudade nos cresce

Vem, deixa-me fingir que domino
Vem, vem tocar alto os meus sinos
Deixa-me caçar borboletas no seu estômago
Desencadear seguidos tremores
Fazendo de suas paixões, amores

Vem, vem toda manhosa
Vem, deixando-me fazer
De si verso e prosa
Vem à noite e de manhã
Sem ontem nem amanhã

Vem, vem toda coração
Vem solta de imaginação
Pelos céus de pitanga
Vem amando, amando
Amando, amando...


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