Daniel Campos

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Taj mahal

O corpo da mulher amada
É uma espécie de Taj Mahal
Um mausoléu para sonhos e amores
Alheios
Ganharem a eternidade.

Seu corpo rosado
Digno dos mármores
Dos ventres mais puros da pedra
Dá a dimensão da beleza
A ser protegida
Por soldados suicidas.

Ninguém sabe a sua origem
Mas milhares de óvulos
Precisaram ser consumidos
Para se chegar à sublime criação
Que é única e infinita.

Para o bem de todos
Quem toca a mulher amada
Deve ter suas mãos cortadas
Para que não mais toque
Qualquer criatura
Sacra ou pagã.

A mulher amada é inscrita
E circunscrita
Em seu corpo
Micro e macroscópicas
Declarações de amor
Tiradas das linhas do Alcorão
Estão prontas para serem vividas.

Nos canteiros de seu corpo
Flores e fontes
E árvores
No desenho assimétrico
De um jardim
Que encena a morte
De um mundo
Que está condenado à mulher amada.


Comentários

07/12/2013, por Fabrício Matos:

Vou pra índia de lua de mel e tava procurando pontos turísticos românticos e achei este poema que me deu ainda mais vontade de conhecer o taj mahal


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