Daniel Campos

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Encontrados 100 textos. Exibindo página 8 de 10.

Verborragia

Querer
É não poder
Fantasiar
Os argumentos.

Querer
É responder
Sem negar
Os atrevimentos.

Querer
É falar
O que já foi falado.

Querer
É amar
O que já foi amado.

Querer
É se esconder
Para se encontrar
Com o previsto.

Querer
É se prender
Para se soltar
Sem ter se visto.

Querer
É um desquerer
Quando a vida
Passa a ser querida.


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Verde e rosa

Meus olhos verdes
Seu vestido rosa,
Meu terno verde
Sua boca rosa.

Sambo em folhas verdes
Serdes a mangueira.
Caminho levando esperança
Desejo que não se cansa
De ver a rosa roseira
Na estação primeira.

Levo um verso no peito
Leito de sonho ilusão
Onde pulsa o coração
Na batida de um surdo
Que me deixa mudo
Às portas da estação
Derradeira
Que dá manga que dá bamba
Que dá samba de mangueira....
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Vermelhidão

Escrevo em vermelho,
No sangue que vaza a folha
Que tinge os versos, as rimas
Decorrentes da inspiração
Que me violenta e mima.
Vermelho do vestido
Dos lábios e da saudade
Vermelho dos anseios do meu desvario
Das algas do meu rio
E do inferno da minha cidade.
Meus olhos se aquarelam
Na mulher que invade minha vida
E me acena despedida
Na rapidez de uma hemorragia.
Vermelho que ri e que chora
Que chama e vai embora...
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Versos casados

No exato momento em que a noite cair
E no parto de lá fora tudo mais se ir
Embora para debaixo das cobertas
Para o aperto tão perto das frestas
Ó minha amada, de um jeito diferente
Achará o que não canso de buscar em mente
E quando o fizer, não se esqueça de que sempre estou
Na sentença que o juiz do vento condenou
Estou sempre a um passo do teu último passo
Se alongar teu braço, estou em teu abraço
E se por acaso o acaso te tomar
O meu nome é teu, pode gritar...
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Versos em espirais

Passava das horas de sono
E nos enrolávamos
Nas espirais imaginárias
Do telefone sem fio
Enquanto tentávamos equacionar
O possível e o impossível.

Na falta do sim
Nem galho de alecrim
De arruda ou de louro
Afastaram o agouro
Que se deu ao estouro
Do primeiro silêncio.

Naquela noite
Palavras e pausas
Palavras prematuras e pausas assustadas
Reescreveram o ?grand?finale?
Assinado por mim. ...
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Vertiginosa

A mulher amada causa vertigens
Em seus olhos de fuligens

Quantas virgens
Habitam seu corpo de esfinge

Ah! Quantos sonhos explodem em impinges
Pela pele e no tinto dos olhos que me tinge

Ah! Finge
Que o amor é ilusão e cinge
Nos dentes o coração que frige
De amor enquanto infringe
O mandamento da paixão
Do infinito do infinitivo
Amar

Amar, amar, amar

Amar sobre todas as coisas...
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Véspera

Ontem
Ontem não teve graça
Ontem não teve fogos
Ontem não teve gosto.

Ontem
Ontem foi só passado
Ontem foi só igual
Ontem foi só triste.

Ontem
Ontem me fiz solidão
Ontem lhe fiz perto
Ontem nos fiz calados.

Ontem
Ontem não teve ontem
Ontem foi só ontem
Ontem se fez véspera.


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Vestida de branco

Vestida de branco
Pousava no alto mar
Mais branco do que as espumas
Das ondas de sal
E não era noiva
Nem filha de Oxalá.

Vestida de branco
Olhava os barcos e suas partidas
Sem saber para onde ir
Não escrevia na areia
Nem falava demais
Na língua das sereias.

Mas rodando nas rodas do timão
Trazia em cada embarcação
Um capitão desconhecido
Que podia lhe mostrar o mundo
Detrás das ondas do mar....
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Véu de noiva

Depois da curva da estrada
Passando a cancela quebrada
E a porteira de jequitibá
Tem uma janela
Esperando nós dois se debruçá.

E olhar a passarada
Fazendo a revoada
Lá pras bandas do ingá magro
Que não cansa de molhá
Sua sombra no espelho do lago.

Maio nem chegou
E o véu-de-noiva já se alastrou
Pelo terreiro
Até o brejo já deu flor
Só falta você mais eu se casá.

O sol já me avisou
Que depois do casamento...
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Via láctea

A grande dúvida se estamos ou não sós
No universo
Acaba quando pousamos olhos
E pensamentos no planeta
Onde habita a mulher amada
Ela é a semente
A semeadura
E a sementeira
De vida
A mulher amada
Dá luz a humanos
Estrelas
E até aos semi-deuses
Ela povoa marte
De amores
Ela planta ciúme
Em vênus
Ela colhe
Sonhos
Na solidão de plutão.
Seus olhos
Como duas naves...
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