Daniel Campos

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Encontrados 217 textos. Exibindo página 6 de 22.

09/04/2015 - Crê, vê, lê, sê

Não há mais nada a pedir
Tampouco a fazer. Crê
Que o amanhã há de florir
E vamos em frente. Vê
O desabrochar do mundo
E o quanto é profundo
O olhar de que ama. Lê
A fundo esse romance
Que foge ao alcance
Nos labirintos dos olhos
Dependura-se na lua. Sê.
Elástico suspensório
Entre o escrito e o lido
Morando ao pé do ouvido
Do tempo sem porquê.


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06/04/2015 - Canteiros

Ando pelos canteiros do tempo
Pisando por entre folhas verdes
E terras afofadas pelas mãos
Entregues ao balé do vento
Vou por canteiros sem paredes
Em meio a uma sementeira
Que raia a terra inteira
Cheirando a manjericão,
Alfavaca, poejo, capim-santo,
Melissa, salsinha e salsão,
Arruda e corta-quebranto
Cebolinha, canela, alecrim,
Caminho pelo cominho,
Pelos cheiros e temperos
Impregnados em mim ...
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30/03/2015 - Cortação

Corta
Bem entre o passado
Que ainda não foi
E o futuro que já vem
Corta a lembrança
Daquela criança que dói
E a lambança
Da saudade que corrói
Corta
Sem dó ou piedade
Qualquer

Que impeça a vida
De correr,
Acontecer,
De valer
Corta
E não se importa
De cortar
As malhas
Do destino
Para juntar
Suas linhas
Aos versos meus
Num emaranhado ...
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27/03/2015 - Cenas de novela

O peito-amarelo cantou na amoreira
Dona sinhá cantarolou indo pra feira
O café esquentou até o bico do bule
A moça sonhou com vestido de tule
O dia amanheceu e tudo aconteceu
Entre quem se encontrou e se perdeu
As notícias na bicicleta do jornaleiro
O barco da vida deixando o estaleiro
O pescador voltava para casa
Enquanto o destino dava asa
A lavadeira batia roupa na pedra
O filhote ia de queda em queda
A manteiga derretia no pão...
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17/03/2015 - Crava

Crava sem dó
Suas unhas em meu peito
Arrancando de mim
O que eu sou
Porque sou
O que sinto e fim

Crava suas garras
Tão ferinas quão felinas
Em meus olhos
Cegando nosso futuro
Calando
Quem lhe amou menina

Crava seu desespero
Na minha falsa calma
Sangra minha carne
Minha alma
Só não mexa
Com nossas lembranças

Crava sua infelicidade
Sua insatisfação ...
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13/03/2015 - Corp'oco

Dorme
Deslumbrante e bela
Deixa seu semblante
Estampado no travesseiro
E some
Pelas frestas da janela
Atrás do seu corpo inteiro
Que brinca com os astros
Que se perde em apostas
Embaralhando os fatos
Blefando que ainda gosta
De quem já não ama
Ou ama?

Dorme
Itinerante e donzela
Deixando seu amante
Com fome
E deveras sentinela
Das suas divagações
Dos seus caprichos...
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Comentários (1)

04/03/2015 - Crê

Quando tudo aparentemente inocentemente indiferentemente dá errado
Toma cuidado e toma outro lado sem desistir do que não pode ser passado
Antes de acontecer. Tudo só pode ficar no ontem se chegou a ser hoje, agora,
Não chora nem vá sofrer pelo que já teve seu tempo, mas se preocupe e lute
Pelo que ainda não teve oportunidade de nascer, de viver, de acontecer
De verdade por um segundo que seja. Pare e veja a sua volta e dentro de si
O que ainda não conseguiu sorrir, fluir, emergir... Eleja o que ainda espera...
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23/02/2015 - Ceci e Peri

Ama-me como os polvos
Com tantos braços a me pegar, a me segurar para você
Ama-me como as moscas
Fazendo amor em pleno voo esquecendo-se da morte
Ama-me como a fé do povo
Que lida e acredita na vida mesmo com ela doída e partida
Ama-me como as moças
Que esperam por seus príncipes encantados em linces alados
Ama-me como os pinguins
Caminhando e esperando por um só amor que vai ficando
Ama-me como os clarins
Que cruzam suas notas pelo horizonte embrenhando na fronte...
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19/01/2015 - Coração de lata

Meu coração de lata
Vai apitando pelos trilhos
Estrada afora
Dizendo pro mundo
Que já vai embora
Vai como sucata
Amassado, enferrujado
Tomado pelo falta
Do que carregam seus vagões
Lenha, lenha, lenha
Alimenta suas caldeiras
Seus caldeirões
E vai subindo pela serra
Indomado
Pulsando pelos dormentes
Inocente
Do caminho que acerta e erra
Como qualquer menino
De trinta e poucos anos...
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16/01/2015 - Chão do céu

O pássaro que voa mais alto
É o primeiro
Que cai de assalto
Prisioneiro
Do chão
O medo de perder as asas
Atrasa
Sua liberdade
Acorrenta-o à ilusão
E a saudade do que nunca perdeu
O faz ateu
Do amor próprio
Voa, voa, voa alto e mais alto
Para tentar escapar
Do sobressalto
De viver refém do ópio


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