Daniel Campos

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Encontrados 207 textos. Exibindo página 16 de 21.

18/01/2015 - Diversa e adversa

Ela se olha no espelho como que buscando encontrar a mistura entre menina e mulher que dá o tom de seus conflitos internos. Naqueles olhos espelhados, o paraíso e o inferno, não há espaço para purgatório, pois ela está sempre entre dois extremos. Não tem como acalmá-la, domá-la, dominá-la, pois ao mesmo tempo em que é soberana ao atacar é tão frágil a ponto de desarmar os mais hábeis e tinhosos. No confronto do espelho, tenta juntar a princesa com a plebeia, a sonhadora e a operária, a guerreira e a bailarina. O fogo e o gelo constantemente se chocam produzindo as reações mais diversas e adversas. Ela se junta e se desmancha em frequência, numa opulência de cristal. Açúcar e sal na mesma lâmina que oscila entre o reflexo e o nexo. Assim é aquela menina que se espelha mulher no espelho que se faz menina. ...
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12/09/2013 - Divino Seta Branca

Divino Seta Branca, que neste dia de hoje sangue algum seja derramado a ponto de manchar qualquer lança. Divino Seta Branca, que neste dia de hoje as guerras possam ser encerradas antes mesmo de seu início. Divino Seta Branca, que neste dia de hoje as vibrações positivas vençam as fraquezas e tristezas. Divino Seta Branca, que neste dia de hoje os sofredores possam ser doutrinados e elevados, deixando para trás lágrimas, dores e rancores.

Divino Seta Branca, que neste dia de hoje saibamos ouvir com atenção e respeito os conselhos dos pretos-velhos. Divino Seta Branca, que neste dia de hoje tomemos, com passos firmes e confiantes, o caminho da tolerância, da humildade e do amor incondicional. Divino Seta Branca, que neste dia de hoje possamos emanar a luz de deus em auxílio a quem dele necessita. Divino Seta Branca, que neste dia de hoje sejamos verdadeiros jaguares....
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29/04/2015 - Divirta-se

Roda seu corpo no meu como se roda-gigante fosse num parque de diversões. Viaja em meus trilhos levando ao menos um desejo em cada um dos seus milhares de vagões. Gira como se fosse de santo e joga feito capoeira debaixo do pé de aroeira. Bota quebranto no próprio espelho tamanho seu encanto guardando-se debaixo do manto da mãe senhora. Fala de suas vindas, suas bem-vindas, suas boas-vindas, jamais do seu ir, do seu ir embora. Escorrega pelas nuvens tapando os ouvidos ao tempo que ruge em busca da mulher-menina-moça que cora suas maçãs como se as manhãs nuas as trouxessem pitadas de rouge.


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13/02/2008 - Divórcio já!

Entre a decepção e o ódio, nasceu um estado de choque. Pudera, foram séculos de uma traição diária. Ela não se perdoava. Para piorar, seus olhos estavam marejados de um choro obeso. De repente, quis sair correndo, pular do 10º andar, comer açúcar de colheradas, quebrar a tela do computador onde soubera de tudo.

Ao contrário de poetizar a beleza, ela era adepta de sua padronização. Era mais uma vítima da ditadura da balança. Para alcançar as "medidas ideais", mergulhou fundo em uma vida dietética. Riscou a glicose de seu cardápio e se entregou de corpo e alma aos adoçantes. Em gotas ou em pó, eles foram seus mais fiéis companheiros. ...
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25/05/2012 - Diz que me ama

Diz que me ama, pula o muro, me beija no escuro. Diz que me ama, arrepia o meu coração. Diz que me ama, me condena como seu ladrão eterno. Diz que me ama num grito louco num sussurro capaz de transformar céu em inferno. Diz que me ama sem parar feito carrossel. Diz que me ama fazendo do meu corpo a sua cama. Diz que me ama, me atazana, encama, me chama. Diz que me ama e me santifica e me codifica e me edifica nesse sentimento que é metade desejo metade saudade do que ainda não vejo.

Diz que me ama, embaralha meus dias, ignora minhas falhas, forja meu destino em sua fornalha. Diz que me ama e me arranha e abocanha minha solidão me apanhando em suas mãos. Diz que me ama me embalando na canção da sua boca. Diz que me ama sendo muita mesmo pouca. Diz que me ama sem demora, sem dizer adeus. Diz que me ama em público como os fieis e em segredo como os ateus. Diz que me ama, me chora, me engana, me enfeitiça e me reboliça criando e recriando em feito de deus. ...
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12/02/2011 - Dizem que sou louco

Dizem que sou louco porque falo sozinho, porque ando em ziguezague, porque leio de trás pra frente. Louco porque almoço no café da manhã e durmo na hora do jantar. Louco porque só rezo para o demônio e só cobro dos santos. Louco porque saio sem destino e descaminho os caminhos. Louco porque invento histórias e me perco nas próprias memórias. Louco porque converso com as plantas, com as pedras, com o espelho. Louco porque bebo com poetas que já morreram e canto músicas que ainda não foram compostas. Louco porque queria que todos os dias fossem chuvosos. ...
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10/09/2014 - Do ar

Sou do ar. Sou feito do vento que agita as folhas das árvores, ainda verdes em copas frondosas ou secas já em decomposição junto à terra que a tudo devora. Sou o ar que sustenta as asas dos que sonham em viver para além do chão. Meu signo é do ar. Meu coração está oco como os ossos dos pássaros, cheio de ar. Sou sopro. Sou o vento que flameja bandeiras, que move veleiros, que preocupa as mulheres de saia. Sou o ar que alimenta a chama da vela acesa aos deuses e demônios e que ainda explode em labaredas dando altura ao balão. Sou ar em movimento. Sou vento verde levando beijos frescos às bocas amadas. Sou o último suspiro de vida ou de esperança. Sou do ar como os anjos e os mosquitos. Adorem-me ou me matem, continuarei ar. ...
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25/06/2016 - Do impossível ao possível

Nunca fui tão longe. Nunca ultrapassei limites como agora. Nunca me expus, me sangrei, me humilhei dessa forma. Coloquei minha vida nas mãos de uma mulher. E por ela, sou capaz de fazer tudo. Todo o bem deste mundo. Por ela, me transformei. Por ela, cheguei num nível de amor que eu só conhecia na ficção. Por ela, eu me doei de um jeito que nem mesmo eu, um sonhador, um apaixonado, um poeta amando como poeta, acreditei ser possível. Tudo o que eu podia falar, fazer, demonstrar eu fiz. Coloquei meu coração nas mãos dela. Fui sincero em cada palavra. Fui verdadeiro como o amor que tenho por ela, falando coisas que jamais falei ou falaria. Eu me confessei a ela numa doação completa. Talvez ainda seja pouco. Mas eu cheguei onde jamais pensei chegar um dia. Ela conseguiu de mim o que nunca ninguém havia conseguido. O que ela pedir, eu faço. O que ela quiser, eu dou. O que ela sonhar, eu realizo. Não poupo esforços e ignoro qualquer dificuldade quando o assunto é ela. Sou capaz de tudo para provar que ela é a mulher da minha vida e para cultivar esse amor. Por ela, venci tantos medos. Por ela, fiz-me melhor. Por ela, busco a perfeição. Sim, quero que tudo com ela seja perfeito. Ofereço um amor impossível de dimensionar, uma vida de sonho e uma estrada nova, construída a cada gesto, a cada olhar, a cada atitude, a cada confirmação desse sentimento que nos une, nos motiva, nos evolui. O que eu quero para ela? O melhor. O bem. O fantástico, o extraordinário, o surpreendente. Ela não merece uma vida óbvia, mesquinha, entediante. Eu sei o quanto ela pode brilhar, o quanto ela pode voar, o quanto ela pode ser feliz e realizada. E o meu amor é para tudo isso e muito mais. Como disse, nunca fui tão longe, mas talvez ainda seja pouco. E confesso que posso fazer ainda mais, muito mais, basta ela permitir, pois eu, por ela, perdi a fé no impossível. Por ela, eu faço possível. ...
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05/09/2011 - Do inverno à primavera

O inverno, seco e frio, rigoroso e bravio, está prestes a morrer nos braços perfumados da primavera. O gigante das geadas e estiagens caindo aos pés da dama das flores. Flores de algodão, de colibri, de meia-estação. O gado magro voltará a ganhar carne. O mendigo poderá dormir tranquilo, sem o pesadelo de sofrer uma hiportemia no meio da rua. Os leitos dos rios, rachados se sol, ganharão a revisita das águas. Os canteiros empoeirados serão coloridos naturalmente por tons fortes e femininos.
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30/09/2014 - Do lado de casa

Do lado de casa tem uma fogueira que arde a noite inteira alimentada pelas prosas dos que amam com luas e rosas. Do lado de casa tem um pé de pêra que cisma de jogar sua sementeira pelo tempo afora toda vez que uma mulher chora. Do lado de casa tem uma rua que não sobe nem desce apenas cresce pelos olhos perdidos entre chegadas cada vez mais alongadas e partidas cada vez mais abreviadas. Do lado de casa tem um bosque e que ninguém me provoque ao toque daquelas árvores mateiras que são encarnações das mais violeiras. Do lado de casa tem um rio que corre vazio de peixe mais com feixes de poesia que dão de comer aos amantes noite e dia. Do lado de casa tem uma ilha, uma matilha e uma filha da lua que de tão bela chega flutua.


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