Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 150 textos. Exibindo página 3 de 15.

31/03/2016 - Na devida medida

Abro um sorriso e tenho exatamente o que eu preciso. Não adianta sonhar e deitar a esperar o sonho chegar. É preciso levantar e caminhar rumo ao que se quer. Coloca juízo na sua cabeça. Nem nada cai do céu, nem nada rompe da terra se não houver trabalho. A estrada certa não é o atalho. O que seria do alho se não fosse a cebola, mas essa, como toda, mistura precisa se dar na exata medida. Por isso, para não ter enguiço, eu repito que toda receita, toda junção, todo feitiço precisa ser feito em suas devidas proporções. Cada encontro tem sua parcela de doação. Cada estrada precisa de duas mãos. Cada coração precisa de outro para se sentir completo. Nada seria certo se um dia já não tivesse sido errado. Não existiria o perto se não fosse o distante. Então, preste atenção no que está para além de um simples encontro com a certeza de que nada neste mundo está definitivamente pronto.


Comentários (1)

19/03/2016 - Nosso castelo

É como se o nosso castelo, tão, mas tão belo, fosse de areia e o vento da separação insistisse em nos desabrigar de grão em grão, como galinha que nunca enche o papo, como ratoeira sempre à espreita da fraqueza do rato, como beleza do mato que dá de morrer no asfalto.

É como se o nosso castelo fosse de gelo e os raios de sol quisessem de propósito, pra mor do óbito do nosso amor, derreter o nosso mundo, colocar a perder nosso enlace vagabundo que vive um pro outro, apertado e solto, espalhado em ramas, colado num coito de almas e dramas. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

12/03/2016 - Na biblioteca

Interior de biblioteca. Pessoas leem em mesas apilhadas de livros e outras caminham com exemplares nas mãos. Uns vasculham estantes e outros, páginas. A bibliotecária traz olhares de um final nada feliz. Em uma das mesas, Lia está lendo ao lado de Luiz, que por sua vez tem a sua frente vários livros abertos. Ele rabisca em um bloco olhando para ela com olhos intensos, tão intensos que a incomodam. Lia muda de mesa. Luiz, sem qualquer cerimônia, segue a moça ficando ao lado dela. E, no novo posto, continua lançando olhares indiscretos para o rosto e para a parte do corpo da moça que escapa aos seus olhos. Lia murmura pedindo para ele parar. Luiz sussurra que é impossível, pois ela não o deixa parar. ...
continuar a ler


Comentários (3)

24/02/2016 - Não é no grito que se ganha

Meu amor eu não sou dessa terra. Eu vim lá detrás de Marte. Não tenho costume com essa correria. No meu mundo o amor é uma arte e vivemos em completa poesia. Não berra, posto que o coração bate quieto, o feto não grita, o sentimento não irrita e a paixão por mais intensa, palpita. Fita, fita meu par de olhos e compreenda o quanto, em silêncio, o quanto ele agita o seu ser. Nada de escândalos, os anjos falam com voz de sândalo. O segredo está na quietude. Não é pela força que Deus se fez amiúde. Alma rude não atrai alma polida. Não é no grito que se ganha a vida. Meu amor eu não sou dessa terra. Todo ser humano erra, mas um dia do amor se aprende que tudo começa e nada se encerra.


Comentar Seja o primeiro a comentar

11/01/2016 - No mesmo ponteio


O lobo uiva à lua. O faroleiro murmura às ondas. O pirata cantarola às estrelas. O lavrador conversa com a plantação. O menino fala com o cachorro. E a senhora fica de prosa com o tempo. O moço troca palavras com o vento. A garota confessa ao diário. A aranha toca as cordas da sua teia como o violeiro tateia sua viola em noite de lua cheia inspirado pelo lobo que uiva, pelo faroleiro que mareia, pelo pirata da barba ruiva que serpenteia pelo mar das constelações, pelo lavrador que semeia histórias, pelo menino que troca memória com o cão, pela senhora perdida no tempo da imaginação, pelo moço que de solidão troca com o vento, pela garota que escreve sentimento, pela aranha que se amarra na própria teia e pela sua própria mão que mais parece uma garra de lobo quando a lua clareia a viola e sua peia. E o cavaleiro, até então sumido, relampeia, serpenteia e apeia no terreiro como sombra na lua que de desejo incendeia. E o pássaro preto, no viveiro, gorjeia. O uivo e meio, o galope que não veio e o gorjeio no mesmo ponteio. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

25/12/2015 - Natal todo dia

O Natal chega como uma estrela candente, mágico e avassalador. Independentemente de você acreditar ou não, de querer ou não, de viver ou não, os efeitos do Natal estão aí. Pode dizer que é só mais um dia do ano, mas é um dia em que as vibrações dos que se entregam ao Natal de corpo e alma são tamanhas a ponto de mudar vidas. A atmosfera do dia de hoje é diferente dos outros que compõem o calendário. Há algo de especial, de surpreendente, de transformador no dia de Natal. O famoso espírito natalino nada mais é do que um conjunto de vibrações positivas que toca o outro produzindo sensações de conforto, união, felicidade. E por que não utilizamos dessa mesma sintonia nos outros dias do ano? Porque estamos ocupados demais com as coisas do mundo material para vibrarmos amor. Se quiséssemos todo dia poderia ser Natal, mas, para isso, precisaríamos mudar nossa forma de viver. E aí está o verdadeiro presente que podemos nos dar de Natal – a expansão da nossa consciência.


Comentários (1)

23/12/2015 - No antigamente

Cachorro ei lobo eram um só. A cobra sapateava de fazer dó. A estrela boiava e brilhava no , mar. As árvores caminhavam. As paredes tinham ouvidos. As flores faziam sentido. E o tempo de amar era toda hora, agora e sempre, nascente e poente. Criança brincava com dormideira, dorme-dorme, dente de leão. E era do galho de mamona que nasciam bolas e mais bolhas de sabão. Toda música vinha de um refrão e o Natal dividia o ano com os festejos de João.


Comentar Seja o primeiro a comentar

12/12/2015 - No samba de Clementina e Jovelina

Chega, pode chegar, no samba da Clementina, tem pandeiro e cuíca se enroscando a cada esquina. Chega, vem vadiar, num samba bom, capricha no paletó, reforça o batom, pois vai longe tão longe esse som que atravessa a noite, a terra e o mar chegando a London. Chega, pode chegar, no samba da Jovelina, tem romance e nuance de amor por todos os lados, passista se declarando pra rainha de bateria, porta-bandeira tirando a fantasia pra ciúme do mestre-sala, tem samba no pé e traje de gala. Chega, pode chegar, no samba da Clementina a harmonia nunca chega a atravessar. Chega, pode chegar, no samba da Jovelina, pode rir e chorar, só não pode silenciar. Chega, chega no samba da Clementina. Chega, chega no samba da Jovelina. Uma é de Jesus, a outra Pérola Negra, chega, se achega, no samba onde senhora vira menina e o coração repica no amor que multiplica.


Comentar Seja o primeiro a comentar

25/11/2015 - Ninho de aço

Coloca gotas do seu desejo
Na minha boca e voa à toa
Buscando mais disso por aí
Vai cantando igual um realejo
Sugando ali e aqui como colibri
Que de gota em gota faz seu mar

O ar é sua casa, bata suas asas
De folha em flor ache a semente
Capaz de nos levar em frente
Nesse amor feito de pássaro
Fazendo nosso ninho de aço
Pro tempo não desmanchar


Comentários (1)

12/11/2015 - Não sou moleque

Eu não sou moleque para dispensar você. Eu não chiclete para me desgrudar de você. Eu quero você a todo instante, a cada hora. Eu quero você de um jeito novo ontem, amanhã e agora. Eu sem você sou carro sem breque, cocheiro sem charrete, chacrinha sem chacrete, inglaterra sem elizabeth. Eu não sou de perder o que eu quero. Eu não sou céu de quero-quero. Eu não sou de ficar no lero-lero. Eu sou o alvo, você é a flecha. Eu sou a lei, você é a brecha. Eu sou o queijo, você a ratazana. Eu sou o campo, você a urbana. Eu sou a paixão, você a ohana. Somos ying yang, bang bang, mar, mata e mangue, seiva e sangue. Somos o que não se separa, peixe e vara, cara e tara, anjo e odara. Eu sem você sou revolver sem bala, grito sem cala, viagem sem mala, língua sem fala, cigana sem leque. Eu não sou pivete para brincar com o seu coração. Eu não sou trompete para soprar a nossa separação.


Comentários (1)

Primeira   Anterior   1  2  3  4  5   Seguinte   Ultima