Daniel Campos

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Encontrados 278 textos. Exibindo página 3 de 28.

12/06/2015 - O amor não se apaga

Antes, tinha medo de perder quem amo. Hoje, sei que o amor nunca se perde. As pessoas, que estão ligadas por esse amor, podem se desencontrar, se separar, se afastar, por alguma ou outra sorte da vida ou ainda pela morte, mas esse sentimento permanece vivo. O amor está além do corpo físico, da matéria palpável. O amor é energia. Somos responsáveis pelo nascimento e crescimento de todo e qualquer sentimento, porém, nunca há total controle da nossa parte sobre ele. Ninguém apaga, deleta, corta, queima, rasga, anula um sentimento verdadeiro. O amor se transforma porque é dinâmico. Adapta-se porque está, como nós, em constante evolução. Multiplica-se ou divide-se dependendo de uma determinada situação. Pode parecer, aos nossos sentidos, mais forte ou mais fraco. No entanto, o amor, uma vez nascido, está sempre aí. Por mais que jurem que certo amor está morto é preciso considerar que mesmo as pessoas que morrem continuam existindo de uma forma ou de outra. Para nascer, um amor depende de energia. Na maioria das vezes, do encontro de duas energias vitais. Mesmo que essas pessoas que doaram essa energia deixem de ter qualquer relação amorosa e até batam o pé que não sentem mais nada essa energia continuará vagando pelo universo. Embora aparentemente nascido na terra, o amor nosso de cada dia tem algo de estelar, pois mesmo quando declarado “morto” sua luz continua sendo vista e sentida. ...
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10/07/2014 - O amor pede desculpa

Desculpa por eu ser exatamente como sou e nunca tentar disfarçar ou negar isso. Desculpa por não conseguir ser igual a todos causando estranheza e desconforto. Desculpa por me fazer feliz quando de algum modo dá sinais de presença em meus dias. Desculpa por lhe levar a pedidos envergonhados de desculpa. Desculpa por querer cuidar mais de você do que de mim mesmo. Desculpa por lhe amar desse jeito incontrolável sem demonstrar qualquer arrependimento, pois não há qualquer arrependimento para ser demonstrado. Desculpa por tentar de todas as formas lhe esquecer e não conseguir. Desculpa por ter você residindo em meus espaços geográficos e temporais. Desculpa pelas vezes que eu lhe levei para minha cama sem pedir licença. Desculpa por caminhar no breu guiado pelas lanternas dos seus olhos que por não saber mentir se fecham numa espécie de coma induzido. Desculpa por ser a causa desse apagão. Desculpa por embaralhar as cartas do seu destino. Desculpa por nunca blefar nas confissões do amor que sinto. Desculpa por sair dos padrões ao me assumir apaixonado. Desculpa por desafiar constantemente o tempo. Desculpa por jamais abaixar os olhos. Desculpa por não correr do que a todos intimida. Desculpa por não ser de carne e osso, mas de sonho e sentimento. Desculpa por me preocupar com sua saúde, com sua alimentação, com seu bem-estar, com sua felicidade, com seus batimentos cardíacos. Desculpa por ser algo totalmente novo em seu cotidiano. Desculpa por ter aparecido sem convite, embora sempre ouvi chamados do seu inconsciente. Desculpa por ceder aos três pontinhos que pontuam uma indefinição que não é minha. Desculpa por ser louco, doido, maluco, ensandecido, perturbado por você. Desculpa por ter coragem de fazer de um tudo para lhe ver bem, inclusive dar adeus. Desculpa por passar noites em claro pedindo você às estrelas cadentes, carentes, ausentes. Desculpa por não poder ser menos do que não abro mão de ser. Desculpa por tender de forma tão descarada à eternidade. Desculpa por contrariar suas razões com meu eu-emoção. Desculpa por tirar para dançar sua silhueta que se forma abstratamente em todos os lugares que habito. Desculpa por não me cansar de amar mais do que posso. Desculpa por ter roubado parte de você para o meu mundo. Desculpa por não devolver tudo o que me deu de bom grado. Desculpa se não tenho o hábito de tornar as coisas mais fáceis, mas quem já disse que o amor é algo fácil de ser forjado? Desculpa por minhas linhas falarem tanto de você. Desculpa por agradecer de forma íntima sua existência. Desculpa por manter vivas em mim todas as suas marcas. Desculpa por lhe beijar em sonhos. Desculpa por ainda me esbaldar nas notas do seu perfume coladas em minha pele. Desculpa por fazer da saudade que sinto da sua proximidade o meu bicho de estimação predileto, sem me importar se por medo ele ainda me morde. Desculpa por trazer à tona tantas desculpas para falar de um amor que não tem desculpa.


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27/03/2012 - O amor quando acontece

Quando o amor acontece, o relojoeiro perde a noção das horas. A moça que sofre de claustrofobia fica num sobe e desce com o ascensorista do elevador. A mulher que não sabe nadar e morre de medo de água se deixa levar pelo barqueiro. O fixo cai na conversa do móvel. O torcedor fanático se rende à novela. O rock abraça o jazz e sai pelo salão em passos de valsa. A onça se entrega ao caçador.

Quando o amor acontece, o santo beija o orixá. O caipira não se cansa de i love you. Adão e Eva andam nu. O juiz se apaixona pela ré antes da sentença. A menina rica joga charme para o mendigo. A beata cai nos braços do pecador. O violeiro se apaixona pela canção do silêncio. A trabalhadora aceita sustentar o vagabundo. Os cavaleiros do apocalipse flertam com o começo do mundo.


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05/04/2010 - O amor quando chega

O amor quando chega, aconchega a coisa amada. Das entranhas do sexo às águas do oceano pacífico, tudo muda de temperatura. E o hospício do coração declara aberta a temporada da loucura. E o poeta, suspirando na rua, exclama: bendita seja a formosura deste sentimento que se espalha com o vento. O amor deve ser visto como um rebento digno de graças e bênçãos. Desde já, que Deus abençoe o amor recém-nascido entre nós. Que os magos lhe presenteiem com sorrisos, gemidos e lençóis.


O amor quando chega, aprochega as pessoas distantes por natureza. A sua chegada, tudo, desde a mais explícita feiúra, passa a fazer parte da conjuntura da beleza. Da beleza eterna, fraterna até mesmo com os pecados capitais. Da gula à luxúria, quantos os predadores do amor recém-chegado? Desmiolado, desajuizado, desamparado, condenado ao passado, quantos adjetivos tentam desqualificar o amor que veio ao mundo neste segundo. Calem-se todos! Que o amor do novo tempo seja fecundo.


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23/08/2012 - O amor que sinto

Nem os teoremas de Pitágoras e de Talles, nem a raiz quadrada de um número negativo, nem uma regra de três composta podem definir o amor que sinto. Nem a força centrípeta, nem a força elástica, nem a força eletromotriz podem dimensionar o amor que sinto. Nem a termodinâmica, nem a escala Fahrenheit, nem a tabela periódica podem compreender o amor que sinto. Nem a gramática, nem a morfologia, nem a sintaxe, nem a ortografia, nem a literatura podem traduzir o amor que sinto.

Nem a genética, nem o reino Animalia, nem os metabolismos podem explicar o amor que sinto. Nem a história clássica, nem a história pós-moderna, nem a história não oficial podem saber o amor que sinto. Nem a cultura material e imaterial, nem a formação territorial, nem os sistemas totalitários podem trazer à tona o amor que sinto. Nem as grandes navegações, nem as erupções, nem os furacões podem quantificar o amor que sinto. ...
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19/06/2012 - O aniversário de Chico Buarque por suas mulheres

Salve o prazer, salve o prazer, hoje vai ter uma Festa Imodesta para homenagear aquele que há 68 anos nos empresta sua festa. As mulheres, as suas mulheres, aquelas que nos bolem por dentro, estão aqui, olhos nos olhos, para render homenagens ao malandro, ao poeta, ao sambista, ao meio-campista, ao gênio das artes, ao criador de tantas histórias de amor e retratos femininos. Mulheres, da santa à puta, de amores públicos e confessos, que fazem questão de marcarem presença nesta Festa Imodesta. Com vocês, pedaços de Chico, metades amputadas de Buarque, que dão os parabéns, cada qual a sua maneira, ao artista brasileiro. ...
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30/10/2012 - O apocalipse de Iansã

Depois de o mundo ter acabado em água, a expectativa de que ele acabasse novamente por meio do fogo. No entanto, os profetas do apocalipse parecem ter se enganado. Pelos sinais vindos do céu, a humanidade vai ser exterminada num pé de vento. Cuidado com a ventania, com o vendaval, com o furacão, isso sem falar no ciclone, no redemoinho, no tufão. Ironia ou não, o mesmo ar que respiramos vai nos extinguir em suas movimentações.

Iansã, a senhora dos ventos e tempestades, não está nada contente com os rumos da humanidade. Não me espantaria em nada vê-la varrendo o homem da face da terra. Ninguém controla os ventos vermelhos de Iansã. Ventos fortes como a fúria de uma paixão. Ventos voluptuosos, ventos sedutores, ventos que sangram. Ventos dramáticos, ventos intensos, ventos carregados de tormento. Ventos violentos, ventos impensados. E o pior: não vai adiantar correr ou se esconder dos ventos de Iansã. ...
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18/08/2008 - O artista vai onde o povo está

Chega de cenário artificial e rostos globais. O show de final de ano de Roberto Carlos, se feita sua vontade, será totalmente diferente das edições anteriores. O rei quer se apresentar em uma favela carioca, mais precisamente no Complexo do Alemão. E olha que este conglomerado urbano é formado por nada menos do que 12 favelas. O público, ao contrário de dezenas de convidados famosos, será formado por mais de 100 mil pessoas que são retrato do Brasil que se acha nas ruas.

Roberto é uma das últimas lendas vivas. E nada mais justo que um grande número de pessoas, independentemente da classe social, tenham direito de vê-lo ao vivo e em cores. Já imagino o rei, vestido de azul e branco, cantando: "eu te proponho, nós nos amarmos, nos entregarmos, neste momento, tudo lá fora, deixar ficar"... E o público enlouquecido, entregando-se à magia do eterno jovem guarda. Ao final das muitas emoções, o rei jogaria rosas à platéia, levando poesia a quem sofre com um país tão desigual. ...
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06/12/2009 - O assovio e o vento

Depois de muitos anos o vento voltou a assoviar em meus ouvidos. Um assovio que mais se assemelha ao uivo dos lombos. Assovio que medra as crianças que urinam na roupa, os cães que se escondem e os velhos que se põem a rezar. Pelos campos de selva e pedra, o assovio chega a cortar feito lâmina imaterial. Vento ultra-sônico. Vento folclórico. Vento arteiro que gosta de assustar. Vento de ventanias e outras estripulias. Vento de assovios que correm como rios em noite de tempestade.

O vento assovia como um anúncio maléfico, como um prenúncio de final dos tempos. Que venham as cavalarias. Que venham santos e arcanjos com suas armaduras prontos a desafiar os demônios de plantão. É isso que o vento nos faz pensar ao assoviar feito um louco pelas ruas tortas do vale das sombras. O assovio arrepia, dá calafrios e um tremor na espinha. O que, depois de tantos anos, o vento quer comigo? Será que quer me pedir ou me cobrar alguma coisa?...
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O ato de acreditar

Brasil: três milhões de crianças que, hoje, trocam as aulas pelo trabalho. Brasil: 50 mil crianças trabalhando no lixo. Revirando, revolvendo, remoendo o lixo. Brasil, quantas as suas crianças que não sabem o que é ser criança?

Crianças violentadas. Crianças abandonadas. Crianças desenraizadas. Crianças prostituídas. Crianças sem fantasias. Crianças vitimadas. Crianças fora de contexto. Crianças de uma vida favelada. Crianças no exílio das letras. Crianças entregues à maldição de ver a infância e não poder sentir o seu sabor. E o que será do adulto gerado a partir dessa falta de criança? Será esse o retrato de cidadão que o Brasil quer ter?...
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