Daniel Campos

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13/08/2010 - Mangueiras em flor

Pelas ruas e quintais, as mangueiras estão todas vestidas de noiva. Desde as mais novas às centenárias, desde as grandes e frondosas às mirradas, todas querem se casar. A folhagem verde fica em segundo plano. Em cada galha, buquês e mais buquês de flores pequeninas num amarelo que tende ao branco. São mangas esperando que o vento, as abelhas ou marimbondos fecundem suas flores. E pelo ar se espalha um clima de flores de manga maduras.

E eu sou aquele menino que flerta com aquelas noivas à espera do fruto. Um fruto de lambuzar a boca. Um fruto que atenta. Um fruto que seduz. Um fruto que provoca. O perfume das mangas. A forma das mangas. O suco das mangas. A maciez das mangas. O sabor e os sabores das mangas. O doce e o sal, o glamour e a simplicidade, o calor e o arrepio na mesma fruta. A fruta que é o parto daquelas noivas floridas. ...
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09/08/2010 - Morar em Monte Carlo

Quando acordo e olho pela varanda as ruas de Monte Carlo parecem tão estreitas a ponto de fazer meus olhos correrem para a Baia de Mônaco. E eu fico ali, ancorado em um daqueles iates boa parte da manhã. Não tenho vontade de ir ou vir, apenas de ficar mais um pouco assim distante de mim. Distante do glamour, do luxo, das celebridades que exibem roupas, jóias e corpos a cada esquina. E gosto de passar devagar por cada reta, por cada curva. Afinal, Mônaco vai muito além da Fórmula-1. É tudo e ao mesmo tempo lugar algum. ...
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27/07/2010 - Mike

Mike, velho companheiro, eu sinto muito. Soube que você anda amuado, vivendo calado debaixo daquela mesa de madeira que não recebe mais um certo chapéu de palha. Você é o último dos muitos pastores alemães puros e mestiços que habitaram o sítio Boa Vista nos últimos cem anos. O último. Infelizmente, chegamos ao fim de um ciclo. Sua pelagem caramelo, numa mistura de preto com dourado, já ganhou inúmeros fios brancos. Principalmente perto dos olhos que me avistavam de longe, respondendo com uivos e latidos a minha presença. ...
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24/07/2010 - Maria menina Auxiliadora

Era uma menina, de treze anos, correndo pela paisagem árida à procura de seu destino. O vento empoeirado soprava ao longo de seus cabelos longos. Sua timidez pouco a pouco ia se anulando em seus olhos fortes. Seu nascimento foi uma espécie de milagre. Sempre teve um ar de santa. Tinha uma beleza diferente, feita de uma espécie de luz que nem o sol nem as estrelas eram capazes de gerar. Brincou muito pouco. Ainda na infância teve que deixar as bonecas de lado. Afinal, desde muito nova já tinha alma de mulher....
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19/07/2010 - Morredura

Morre a tarde. Morre o dia. Morre o sol. Morre o padre. Morre a dicotomia. Morre a sonata. Morre a dança. Morre o alarde. Morre a peça. Morre o caminho. Morre o prazer que não cessa. Morre a cascata. Morre o beijo... Porque a saudade precisa nascer.

Morre o horizonte. Morre o desejo. Morre a esperança. Morre o apelo. Morre a linha. Morre o trem. Morre a estrela. Morre a chama. Morre o afeto. Morre a vinha. Morre o neto. Morre o pelo. Morre o mar. Morre a semente... Para uma nova vida brotar....
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08/06/2010 - Mulher de San Petersburgo

Abundante de inverno, a mulher amada, nessa época, transforma-se na mulher de San Petersburgo, trazendo em si a nobreza da antiga capital do Império Russo e uma contemporaneidade de glamour inigualável. Causa suspiros e arrepios o caminhar dessa mulher por largas avenidas e canais de frio castigador. O luxo da mulher de San Petersburgo é alvejado pela inveja das parisienses e romanas. Isso porque sua saga histórica é assinada por Pedro, o grande.

A mulher de San Petersburgo está sempre grávida, carregando em seu ventre o berço da sociedade russa. Na boca da mulher de San Ptersburgo eclodem palavras do romancista Fiódor Dostoeysky. Mulher de czares e czarinas. Uma dica: essa mulher possui cenários noturnos e diversão intensa. Como é belo ver o Mar Báltico desaguando nos olhos da mulher de San Ptersburgo. Atenção! Foi sob os pés vermelhos dessa mulher que o exército de Hitler caiu. ...
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01/06/2010 - Mais polêmica em torno do amor

Vira e mexe uma pesquisa diz que o amor engorda ou emagrece. E eu sempre digo aos caros pesquisadores: o amor não se pesquisa, vive-se um amor. É preciso pesquisar o motivo pelo qual se continua votando em corruptos e a civilidade se tornou um artigo de luxo nos dias atuais. Há tanto a pesquisar antes de se importunar o amor. Amar sobe o colesterol, o diabetes ou promove um profundo bem-estar ao corpo e à mente dos apaixonados.

Para um amor dar certo - nascer e transcorrer sem traumas e lesões – é necessário amar sem pensar em conseqüências. Se for começar um relacionamento pensando que ele lhe trará sobrepeso ou anorexia é melhor abortar seus planos relacionados ao coração. Amar consiste em não se ligar em detalhes, regras, limites e outras coisas mais que só servem para emperrar o romantismo. Pesquisas desse tipo são como bulas de remédio, se as seguir cegamente ninguém se trataria das mazelas físicas e sentimentais....
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26/05/2010 - Mulher chocolate

Que tal começar o dia com um beijo de chocolate em pó. Em seguida, derreta, em banho maria, o coração meio-amargo na quentura da calda que ferve o corpo da mulher amada. Entre mordidas e outras carícias, há de saber misturar o chocolate branco ao negro para encontrar a tonalidade e o sabor perfeitos para o amor. Depois de provar de suas trufas e frutas, é fundamental adormecer num colo ao leite. Eis um roteiro perfeito para corações de cacau. Eis um script delicioso para um romance em uma caixa de bombom....
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14/05/2010 - Mulher imaginativa

Preciso falar com ela, tocá-la, saber se é real. Não sei se a encontrei em sonho ou em algum paralelo imaginário do globo terrestre, campestre, agreste. Como cabra da peste, quero sossegá-la, trazê-la para a realidade. Por hora, tudo é vazio, frio e saudade. Não sei em que cidade procurá-la. Só sei que preciso achá-la, tocá-la, provar para mim que ela existe para além do olhar triste que deixou cair pelo caminho. Sigo a sua procura por montes claros e escuros, inseguro e sozinho. Que tal, amor meu, ilusão minha, uma taça de vinho, um segredo hebreu, um beijo de rinha. ...
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29/04/2010 - Mulher querubim

Porque o amor é o caminho, vivo assim: mergulhado no vinho de sua boca em busca do anjo querubim que lhe habita e, quiçá, palpita meu humano coração. Por ser assim uma criatura sobrenatural, mulher amada, busco suas asas por entre as casas dos seus botões entreabertos. Como são secretos seus caminhos, caminha em meus desalinhos. Leva-me à Árvore da Vida, ao lado oriental do Jardim do Éden. Leva-me já amanhã pela manhã para além do pecado da maçã.

Menina alada arqueia seu corpo e flecha meu peito com suas sete setas. Que desse ferimento sangre uma paixão desenfreada, um amor sem limites. Porque o sentimento é a sina dos viventes, vivo assim: tomado por essa guerra ardente que me domina com doses de sofrimento e ungüento. Invento um tempo e não agüento e suplico por um beijo bento e pecador de sua boca querubim. Eu amo lhe caçando pelos céus com balas de festim sabor cereja. Beija-me!


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