Daniel Campos

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Encontrados 261 textos. Exibindo página 5 de 27.

04/06/2015 - Saia em desapego

Saia pelo dia sem levar nada. Saia pela estrada do dia deixando tudo o que não quer mais pelo caminho. Saia sem destino, sem mapa, sem bússola. Saia sem rumo. Saia andando para dentro de você. Saia se perguntando e se desapegando automaticamente do que você não usa mais, do que não lhe diz mais nada. Saia se livrando de todo peso extra. Saia deixando pelo caminho o que precisa ficar para trás. Saia deixando partes, pedaços, estilhaços. Saia se libertando de palavras vencidas, de passagens doloridas, de eternas despedidas. Saia deixando o para sempre como semente pelo estradão.


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16/05/2015 - Senta a minha mesa

Senta a minha mesa. Coma da minha comida. Entre jarros e copos, chora sua dor. Com os talheres vá destrinchando a sua vida. Pode falar. Não há necessidade de cerimônia. Eu como rápido, mas prometo degustar com parcimônia cada uma das suas palavras. Beba da minha água fresca ou ardente, como preferir. Se for necessário pode cuspir seus marimbondos. Nada de vir com meias palavras, meias verdades, meias culpas. Tudo há de ser dito como se não houvesse depois. Somos agora. Pode, deve, precisa trazer o passado à mesa, mas esqueça do futuro. Fala independente das consequências. Não vamos sair da mesa enquanto a última migalha não for engolida.


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14/05/2015 - Se longe de casa

Longe de casa todo pássaro precisa de mais asa. Longe de casa o caminho de volta parece mais longo. Longe de casa as dores inflamam. Longe de casa nossos gritos se perdem no silêncio. Longe de casa as noites sem sono parecem intermináveis. Longe de casa nossos heróis não têm poder algum. Longe de casa somos menores. Longe de casa as pedras se multiplicam nos sapatos. Longe de casa a chance de dar errado é muito maior. Longe de casa as rosas são mais garbosas e mais espinhosas. Longe de casa é mais custoso acordar de um pesadelo. Longe de casa os cachorros que nos rosnam têm mais dentes. Longe de casa as montanhas cravadas no horizonte parecem ainda mais distantes. Longe de casa por melhor que seja a comida falta um quê. Longe de casa o coração fica como os felinos, livres e receosos. ...
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13/05/2015 - Salve os Pretos Velhos do Amanhecer

Salve Deus. Salve Pai João das Matas e Graças a Deus. Salve Pai João de Enoque e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Almas e Graças a Deus. Salve Mãe Tildes e Graças a Deus. Salve Vovô Agripino e Graças a Deus. Salve Vovô Marilu e Graças a Deus. Salve Pai Samuel e Graças a Deus. Salve Pai Zé Pedro de Enoque e Graças a Deus. Salve Mãe Rosário e Graças a Deus. Salve Pai João de Aruanda e Graças a Deus. Salve Vovó Sabina de Aruanda. Salve Pai Jacó e Graças a Deus. Salve Vovó Cambina e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Praias e Graças a Deus. Salve Vovó Benedita do Oriente Maior e Graças a Deus. Salve Pai Zambô e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Almas de Enoque e Graças a Deus. Salve Vovó Maria Conga e Graças a Deus. Salve Pai José do Oriente e Graças a Deus. Salve Pai Zé Pedro das Águas e Graças a Deus. Salve Mãe Maria Baiana e Graças a Deus. Salve Pai João do Congo e Graças a Deus. Salve Pai Crispim e Graças a Deus. Salve Pai João da Guiné e Graças a Deus. Salve Mãe Maria de Carmélia e Graças a Deus. Salve Vovó Ingrid das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Índio José de Amacê e Graças a Deus. Salve Pai Tomé e Graças a Deus. Salve Vovó Francisca das Almas e Graças a Deus. Salve Pai João do Tibet e Graças a Deus. Salve Mãe Sofia e Graças a Deus. Salve Pai Casteliano Cigano e Graças a Deus. Salve Vovô Nazário e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim de Enoque e Graças a Deus. Salve Pai João da Caridade e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim de Aruanda e Graças a Deus. Salve Vovó Catarina das Águas e Graças a Deus. Salve Pai Cipriano e Graças a Deus. Salve Vovó Anastácia das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Benedito Angolano e Graças a Deus. Salve Pai Cinplício e Graças a Deus. Salve Pai Emanuel do Oriente e Graças a Deus. Salve Vovó Terezinha de Angola e Graças a Deus. Salve Pai Francisco do Grande Oriente e Graças a Deus. Salve Pai João Carreiro e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Pedreiras e Graças a Deus. Salve Pai Manoel das Águas. Salve Pai Narciso de Nagô e Graças a Deus. Salve Mãe Maria de Aruanda e Graças a Deus. Salve Pai Pedro de Ancuns e Graças a Deus. Salve Pai Ramin do Oriente e Graças a Deus. Salve Pai Samuel dos Himalaias e Graças a Deus. Salve Vovó Ana das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Tomaz do Cativeiro e Graças a Deus. Salve Pai Tomé e Graças a Deus. Salve Vovô Cassiano e Graças a Deus. Salve Vovó Maria Conga do Cruzeiro e Graça a Deus. Salve Mãe Sara de Enoque e Graças a Deus. Salve Vovô Indu e Graças a Deus. ...
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Comentários (27)

12/05/2015 - Simplesmente amo

Eu não sei como você é, se loira ou morena, se alta ou baixa, se tem cicatriz ou lhe falta um pedaço, mas te amo. Eu sei que é cheia de dor, uma pior que a outra, que doem no físico e na alma, mas te amo. Eu não lhe vejo, mas ouço sua voz e seu coração, e assim te amo. Não nos conhecemos, mas chora em mim e eu te amo. Eu não sei onde mora, mas de certa forma vou a sua casa, e te amo. Mesmo estando longe, na hora do aperto, é meu rosto que imagina, e eu te amo. Não somos íntimos, mas parte de mim segue em seu íntimo, e assim eu te amo. Por mais que não sejamos parentes e eu não seja médico eu me doo a sua cura porque eu te amo. Eu não sei o que veste, o que calça, o que usa, mas sei que te amo. Eu não sei o que há por fora, mas mergulho no seu interior, e te amo. Pode ser que nunca mais nos encontremos, mas mesmo tendo nossos caminhos se cruzado apenas uma vez, saiba que eu te amo. Eu me importo em ajudar, em ser instrumento, em te amar de modo que os planos se liguem e nossas energias se interliguem numa cura possível mesmo quando todos julgam isso impossível. Eu te amo sem pedir, saber, exigir ou querer nada. Simplesmente é ao amor que vivo, é o amor que sigo, é amor que eu sou.


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16/04/2015 - Sete vezes sete

Naveguei por sete séculos, sete mares, sete espaços até chegar aos meus sete vezes sete amores. Foram sete ilusões, sete traições, sete perdões. Sete vezes o meu corpo no seu corpo. Sete milhões de beijos, sete milhares de abraços, sete infinitos olhares trocados, confiados, guardados, jurados para sempre. Sete universos contidos em sete zilhões de poemas vem verso e em prosa. Sete espelhos com sete mil reflexos. Sete luas, três além das conhecidas nova, cheia, minguante e crescente. Sete raios, sete linhas, sete cruzas em sete estradas consecutivas. Sete corações com sete, setenta, setecentos mil, milhares, milhões de sonhos, projetos, esperanças... Sete vidas num retrato sete por sete. Sete passos entre os sete de ontem, os sete de agora, e os sete que virão. Sete filhos de sete tempos. Sete nuvens riscando os sete céus. Sete sementes vindas de sete frutos advindos de sete flores bem-vindas de sete pássaros. Sete pares de asas ou de pernas ou de nadadeiras dançando ao som de sete músicas. Sete promessas, sete confissões, sete novelas nas sete cores de uma aquarela. Sete janelas dando para sete horizontes, montes, frontes... Sete cabalas, sete rezas, sete mantras, sete pontos de força, sete luzes no sétimo da fé. Sete caminhos, sete destinos, sete rios. Sete passagens, sete viagens, sete paisagens. Uma aposta de sete para sete. Sete galáxias de palavras, sentimentos, ações e pensamentos. Sete pés a sete mil pés em sete pés de vento. Sete operações, sete mil transações, sete milhões de relações. Sete profecias, sete mil fantasias, sete milhões de poesias. Sete colinas de Roma, sete torres de Constantinopla, sete sacramentos. Sete algarismos romanos, sete tiranos, sete elevado a sete planos. Sete cores, sete notas, sete virtudes. Sete pecados mortais para sete mil pecados casuais para sete milhões de passados culpados deixados pra trás. Sete portas para o inferno, sete pedras para afugentar o demônio, sete quedas de Cristo. Sete primaveras para um novo tempo. Sete Cleópatras para chamar de rainha, sete jóias de Chakravarti, sete mistérios rondando a coroa. Sete vezes sete dias de meditação de Buda debaixo de uma árvore de sete sombras e sete luzes. Sete sábios nascidos do olho direito de Amon Rá, sete cegos de paixão nascidos a cada sete milionésimos de segundo no mundo. Sete glórias e sete espadas atravessadas no peito da Virgem. Sete tubos na flauta de Pã, sete cordas na lira de Apolo, sete véus na cabeça de Íris. Sete meninas e sete meninos sacrificados para satisfazer a fome do Minotauro. Sete segredos, sete revelações, sete dúvidas na cabeça dos sete. Sete fôlegos, sete eclipses, sete gozos para chegar ao sétimo céu. Sete charadas da esfinge para abrir o que foi trancado a sete chaves. Sete labirintos habitam o bicho de sete cabeças. Sete dias, sete elegias, sete romarias. Sete braços para fazer sete mil abraços, sete milhares de milhões de adeuses, um só candelabro. Sete trombetas, sete milagres, sete ventres, sete partos. Sete, o triângulo e quadrado no mesmo ângulo. Sete tribos de sete constelações de sete almas de sete sopros de sete inspirações. Sete vezes sete romances para além do alcance do sétimo filho da solidão com a saudade, partida sete vezes como espelho de sete anos de azar. Sete vidas felinas, sete cruzes maltinas, sete esquinas de sete quinas. Sete pontas, sete contas, sete montas. Sete retas, sete curvas, sete setas, sete viúvas no estradão dos sete. Sete milhões de sete milhares de amores professados, lançados, depositados nos sete leitos do nascido do sete sétimo.


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08/04/2015 - Semelhanças idênticas

A dor de um romance não correspondido é o grito de uma bailarina que perde seus pés. A relação entre a saudade e a pessoa amada é como a do Cristo que só continua vivo graças a sua cruz. A cegueira da paixão é como a do pássaro que para escapar da morte precisa voar na escuridão. O amor caído é como anjo sem asa, que nunca aprendeu a andar só a voar. Acreditar no amor é como acreditar em deus, é preciso se entregar sem restrições, incondicionalmente, para crer. O fim de uma história é sabido antes do seu começo e todas as partes aceitam esquecê-lo para vivê-la a fundo, sem interferir no que será porque tem de ser.


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02/04/2015 - Sofrimento transcendental

Semana Santa não tem como não ter aquela levada de tristeza. O que o vento da Sagrada Paixão toca vira dor. O tempo ganha um silêncio natural. O céu fica encoberto, mesmo em dias ensolarados. A cor da vida sai de cena um pouco, deixando tudo mais desbotado. A cidade se aquieta. O peito fica cheio de nós. A beleza nasce doída da angústia. Até os animais mudam de comportamento, ficando cabisbaixos. Mais de dois mil anos depois as feridas ainda sangram, os pontos arrebentam e uma sensação de culpa cobre a nós todos. A dor é latente quarta, quinta, sexta-feira... E vem uma ausência, uma falta de não se sabe o quê, uma saudade indefinida. Há soldados romanos marchando por todos os lados, fora e dentro de nós. Há traições e negações de onde menos se espera. Todas as estradas da Semana Santa parecem levar ao Calvário. As nuvens chegam a chorar uma chuva fina. É como se os senhores das trevas andassem sem medo algum pelo mundo de meu Deus. Uma semana que demora a passar. Vamos queimando como velas. Provações à parte, cabe a nós, filhos do tempo, manipularmos todo esse sofrimento transcendental transformando-o num amor incondicional. ...
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16/03/2015 - Senhores gaviões

Sobre a cabeça os gaviões rondando tudo olhando tudo cobiçando tudo do mundo. Gaviões sem regras, sem leis, sem pudores, prontos pro ataque, aves do combate. De garras afiadas determinadas a agarrar fundo no mais profundo da carne. Gaviões que não se preocupam com gritos, com choros, com sangue... Matam o aflito, o bonito, o contrito... Gaviões de um bangue-bangue onde só um atira. Ave que delira levando a morte em suas asas. Bicho forte, destemido, meio exótico meio bandido. Narcisista, estufa o peito, levanta a cabeça, inclina as penas e vai para cima impondo respeito. Gaviões reais e imaginários sobrevoando o mesmo cenário. Gaviões que cortam os céus numa força tanta numa elegância quanta como que se cortassem véus. Gaviões do arranha-céu, das torres de babel, do olhar mais cruel. Gaviões que só são doces quando bebem do açúcar de alguma alma boa. Aves milenares que dominam os ares. Gavião não caçoa. Gavião não fica à toa. Gavião cumpre seu papel sem cerimônia e que os anjos tenham parcimônia. ...
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12/03/2015 - Sereno de fantasia

O dia serenou. A vida transbordou. A boca bendisse um nome. E veio uma fome louca. E veio uma vontade de ir além. O canário belga saiu cantando meu bem. Será que ela vem, será que ela vem? As nuvens se casaram. As folhas se refestelaram pela ventania. Um poeta falou que garimpo de amor é poesia.


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