Daniel Campos

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Encontrados 112 textos. Exibindo página 2 de 12.

02/10/2015 - Vamos coqueirar

Se eu sou coqueiro, coqueiro é, estica uma rede entre nós pra dona saudade deitar. Embala a saudade, embala pra lá e pra cá. Deixa o vento dobrar suas folhas, perfuma o ar. Deixa o alento revirar suas folhas, colore o mar. O sol já saiu e a noite fugiu. Sombreia na areia que dona lua já dormiu. O pescador saiu pra jogar sua rede. Dona moça ficou olhando a maré verde esperando seu bem voltar. E como o mar não tem parede, estica a rede no coqueiro pro barco descansar. Vamos coqueirar, coqueiro é santo quebra corrente e dá encanto de se enamorar. Se eu sou coqueiro, o que é que há, coqueiro é, coqueiro beira de mar, quem disse que as árvores não podem se apaixonar? Requebra coqueiro veleiro das matas, cascata que não quebra. Se eu sou coqueiro, dona brisa, coqueiro é.


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12/12/2013 - Vamos de chuva

Vamos sair descalços pelo jardim, brincando de ser crianças, sem se importar se vamos nos molhar, nos adoentar, nos arrepender. Vamos cometer abusos. Vamos beber deste sentimento de esperança. Vamos nos esbaldar na chuva fria calando a quentura de quem acabou de deixar a cama, as cobertas, as roupas. Vamos fazer como os pássaros que, independentemente da chuva, cantam por amor. Vamos navegar pelas enxurradas que correm sem destino certo. Vamos aproveitar o gosto das frutas molhadas que assanham nossos olhos. ...
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26/10/2013 - Vamos fugir

Vamos fugir do verbo imediatamente. Vamos fugir a sós e de repente. Vamos fugir para uma ilha deserta, para uma montanha encantada, para alguma civilização esquecida. Vamos fugir sem parar. Vamos fugir sem pensar. Vamos fugir levando apenas eu e você na bagagem. Vamos fugir ouvindo aquela canção que fizeram para nós. Vamos fugir para um tempo possível. Vamos fugir sem celulares, sem cartões, sem agendas.

Vamos fugir rumo ao que ainda nos espera. Vamos fugir de avião, de canoa, de cometa, de bicicleta. Vamos fugir para um lugar prometido. Vamos fugir de tudo o que nos separa. Vamos fugir seguindo as estrelas. Vamos fugir para o era uma vez e o felizes para sempre. Vamos fugir sem pensar no que haverá depois. Vamos fugir para cumprir nosso destino. Vamos fugir sem deixar migalhas de pão pelo nosso caminho. ...
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27/10/2009 - Vamos pro fundo do mar

Vamos meu amor, vamos pro fundo do mar. Tudo o que tem aqui, tem também no fundo do mar. Tem gérberas, abelhas e avenidas. Tem, tudo tem no fundo do mar. Tem uma biblioteca com todo o romantismo das águas de Tom Jobim e até um cálice de vinho do porto esperando nossos olhos, nossas bocas. Podemos ficar juntinhos entre os corais e colocar na vitrola, bem baixinho, o último álbum das sereias do além-mar. Vamos meu amor, ouvir as histórias dos marinheiros. Vamos meu amor viver o amor-corriqueiro no fundo do oceano. Vamos meu amor, o mar já está passando. ...
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14/09/2010 - Vamos que vamos

Vamos fugir. Vamos sair deste espaço, deste tempo, desta dimensão. Vamos correr mundo, mergulhar fundo na imaginação. Vamos, vamos, vamos. Vamos com toda pressa. Vamos que a hora é essa: não dá mais pra esperar, pra ficar, pra ignorar a estrada que se abre a nossa frente. Vamos, vamos, vamos. Vamos pegar a cauda do primeiro cometa, e vamos nos deixar levar pela água corrente e vamos tocar a sineta do mosteiro que se esconde atrás da montanha ausente. Vamos tocar a vida que a despedida já vem correndo feito uma bola de neve, feito uma avalanche, feito um sopro breve que nos move. I love. ...
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02/03/2012 - Variações sobre Érika Jucá Kokay

Érika Kokay poderia ser Érika Kokar, em referência ao cocar dos indígenas, das linhas e falanges que a acompanham. Salve os caboclos índios e caboclos de penas, salve as caboclas de Iemanjá. Caboclas Yara, Jandira, Sete Conchas... Érika é árvore, Jucá, a árvore de madeira dura e de flores amarelas que os indígenas usavam para fazer tacapes e curar feridas.

Érika é rio, rio Jucá, que sangra doce pelo solo árido do Ceará. Rio em cujas margens viviam diversas etnias Tapuias, dentre elas os Jucá. Érika é a força, a luz e a energia que estão em toda parte. Érika está em plena comunhão com as forças vivas do planeta. Érika é o movimento, o fluxo contínuo, a jornada permanente de um cometa. ...
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Comentários (2)

Vatinga, meus aplausos

Que este artigo não tarde os meus aplausos. Não pensem que eu parabenizo os moradores da Vatinga por terem "ganhado" uma cadeia no quintal de casa. Faço-o pelos abalos que causaram às estruturas da política local. Adiantaram o trabalho dos carunchos.

Fez-se a vez de um povo que dificilmente alguém escuta. Um povo desprezado e que por ironia da vida, sustenta o nosso país. Falam em indústrias, mas o que move o país é a agricultura. Envergonhar-se da terra, tratá-la mal, são gestos que prefiro nem comentar. Para os que acham que cultivar a terra é coisa de país subdesenvolvido, vale lembrar que a França ganhou o título de celeiro europeu. Subdesenvolvidos são aqueles que não se preocupam com a vida que surge da terra, com os calos das mãos dos agricultores. Para a maioria dos políticos, que nada fazem pelo povo durante o mandato, a terra só serve para erguer construções de concreto, estas, um mostruário eleitoreiro barato. ...
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23/11/2009 - Vejo flores em você

Vejo flores em você. Vou desfiando pétalas em sua pele, cheirando seus polens, apanhando de seus espinhos. Vejo flores em você. São de várias cores e formatos, num desenho de jardim botânico, babilônico. Vejo flores em você. Em dias pares, vem com flores selvagens. Já nos ímpares suas flores são domesticadas. Vejo flores em você. Flores de jardineira e flores carnívoras prontas a devorar. Vejo flores em você. Flores que se esparramam pelo chão, que ficam suspensas no ar e trepam em muros, pilastras, corpos....
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Vela em riste

Quando o fósforo acalorado por duas unhas tão esmaltadas quão longas esfrega-se nas laterais escuras de uma caixa sem samba, uma explosão em chama acende o pavio lânguido de uma vela. À luz dessa explosão, o mundo abre seus ouvidos. A vela é posta nas costas de um piano como um vaso solitário. Vaso de cera. Vaso em chamas. Vaso de cera. E os dedos das unhas daquela mulher, ainda com fragmentos de pólvora do fósforo, causavam inúmeras outras explosões. Algumas maiores, outras menores e outras ainda não diagnosticadas. Explosões vindas das teclas esmaltadas de um piano longo como um daqueles vestidos de baile....
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30/11/2014 - Velas salgadas

Velas
Que carregam o sal
Dos devotos e dos marujos
Ao estibordo do coração

Velas
Que queimam o sisal
Das parafinas salgadas
E das ondas de pranto


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