Daniel Campos

Prosas

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 260 de 320.

27/11/2014 - Rio interior

No meu peito passa um rio. Um rio que já passou. Um rio que segue em frente. Um rio que nunca está vazio. Um rio aflorado de sentidos e carregado de desejos como se estivesse no cio. Um rio que ora é manso ora é de correnteza. Um rio que tem no seu correr a própria beleza. Um rio que nasce na fonte da minha existência transcendental. Um rio que desagua no mar da minha alma. Um rio que corre por todo meu corpo e extracorpo. Um rio que leva tristeza e felicidade no mesmo leito. Um rio que faz as curvas do meu destino. Um rio doce como os sonhos inocentes que leva em seu curso. Um rio que nunca seca. Um rio de imaginação, de inspiração, de fascinação. Um rio mágico habitado por seres mágicos. Um rio que se avoluma em versos e prosas. Um rio de tantas e quantas histórias. Um rio azul, verde, rosa, prata... Um rio que se perfuma no mato, nos deuses e nas mulheres que bebem de sua água. Um rio sem limite definido. Um rio que rompe fronteiras e desconhece barreiras. Um rio que abraça estrelas, que faz cama pra lua e que às vezes se desprende do chão e flutua. Um rio que toca fundo e sempre adiante mesmo que trazendo águas passadas. Um rio de heróis, de gente muito simples e mulheres amadas. Um rio de sentimento corrente que vai me levando em frente.


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21/01/2013 - Roda que roda

Pela décima quarta vez, deixe a vergonha de lado e entre na roda. Orixá não gosta de canto, portanto nada de uma vida careta, quadrada. Circule. Se quiser ousar, abuse da modernidade transformando sua existência em uma elipse. Rode sem parar de rodar. O mundo é mesmo uma bola, e daí? Rode por ali e por aqui. Vire-se e gire. Rode de forma solitária ou dê as mãos, rodando em conjunto. Rode percorrendo caminhos, deixando marcas que lhe permitam voltar. Pois a roda, por mais gigante que seja, sempre volta ao mesmo lugar. Pode voltar em outras condições, com outro espírito ou motivação, mas retorna ao ponto de partida....
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13/06/2012 - Roda Santo Antônio

Que dia é hoje? Que dia é hoje? Hoje é 13 de junho, dia de rodar. Roda, roda Santo Antônio de Pádua. Exu já entrou na roda e não vai parar. Roda Exu, roda Pomba-Gira. Salve o santo casamenteiro. Salve o orixá que casa os desejos humanos. Salve o santo invocado para achar objetivos perdidos. Salve o orixá que encontra a ligação entre o mundo dos espíritos e o mundo material. Salve o santo que conduz à união. Salve o orixá que simboliza a fertilidade. Hoje tem fogueira de Santo Antônio. E quem é o dono do fogo? É Exu, é Exu. ...
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19/12/2012 - Roda vida roda

O destino é escrito em círculo. A vida roda, roda, roda e fica sempre no mesmo lugar. O que há no futuro? Passado! Nem sempre ao seguir em frente se segue adiante. Nascemos para ser peão, para girar, girar, girar e cair sempre no mesmo ponto. O mundo é uma roda gigante, ora embaixo ora em cima, mas sempre em torno do mesmo eixo. Até no globo da morte, os motoqueiros arriscam suas vidas dando voltas e mais voltas sem chegar a lugar algum.

É preciso romper com essa roda-viva. É preciso acabar de uma vez todas com esse falso movimento. É preciso descobrir um meio de a mudança ser pra valer. O campeão das corridas automobilísticas é aquele que chega em primeiro no mesmo lugar depois de voltas e voltas. Não dá mais para cair na ilusão de que basta caminhar para tudo acontecer. Chega de alimentar mentiras. Somos hamsters rodando em engenhocas dentro de uma gaiola. Há alguém nos observando e rindo de tudo isso. ...
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27/10/2011 - Roda, roda, roda...

A cabeça roda, roda, roda como se nos braços de um pé de valsa. São tonturas, vertigens e estonteamentos. Sou tomado por uma sensação ilusória de movimento à volta do meu corpo. As cadeiras, os quadros, os livros, as plantas, as pessoas, todos rodam em roda de mim. Será que os mundos mineral, animal e vegetal resolveram dançar ao mesmo tempo diante dos meus olhos? E nem é dia de festa ou de apocalipse.

Empalideço. Entonteço. Adoeço. Há um desequilíbrio físico, psíquico ou emocional em curso. Minha cabeça dói. Meus pensamentos seguem embaralhados. Existe todo um caos interior me impossibilitando de separar verdade e mentira, realidade e ficção, possível e impossível. Dessa maneira eu tudo posso e nada posso ao mesmo tempo. É como se o meu eu interior estivesse trocando os passos. ...
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Roda-gigante

Um leve toque do indicador era o suficiente para chamar o elevador. E era mais que suficiente para libertar aquela mulher que tivera uma manhãa estressante no trabalho. O chefe não gostava do seu tempo, do seu trabalho, de nada que fazia. Mas aquele toque não foi o suficiente para levar, de uma vêz por todas, aquela mulher dali. O elevador demorava para subir ou descer. Ela esta no sexto andar. Na metade do prédio. Então, ela caminha e seus olhos se depararam com a paisagem da janela. Depois de quatro anos trabalhnado ali essa era a primeira vez que ela reparava na paisagem da janela....
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23/02/2014 - Romance no parque

A menina e o menino vão ao parque e começam a namorar. A menina de olhos de asa delta precisa de impulso para voar, mas quando lá no alto não quer mais aterrissar, só faz planar, planar, planar. O menino que só faz querer fica a admirar aquele voo o qual não pode alcançar, pois ao contrário dela, não tem asas, e fica implorando para ela o carregar. E, de repente, os dois estão no céu, os dois estão no chão, num verdadeiro carrossel de paixão. Dão voltas e mais voltas e estão sempre no mesmo lugar – um no outro, outro no um – e assim querem ficar até o tempo se acabar. Sim, naquela brincadeira, eles falam sério a ponto de querer parar o tempo e viver daquele infinito tão bonito de se ter quão fácil de se compreender. ...
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26/04/2014 - Romântica moderna

O estilo da mulher amada continua sendo, de forma prevalecente, o romântico. Porém, não se trata de qualquer romantismo. Seu modo de ser segue lírico, mas há toda uma contemporaneidade que não só atualiza seu comportamento estético e cultural, mas a faz ditar moda. Em outras palavras, a mulher amada, a conhecida musa de poetas, cantores, atores e pescadores de estrelas, entre outros homens de alma artista, está toda moderninha. Um quê de arrojo permeia seus cortes, tons, acessórios, gestos, verbos... É mister dizer que ela caminha numa estrada de independência, de autonomia, de libertação que causa até um certo medo de ela não precisar de ninguém nem mesmo para amar. No entanto, o cerne dessa mulher continua sim sendo o romantismo. Tanto que seus olhos guardam a centelha deste apaixonamento que é visível por meio dos brilhos que pulam da retina. A mulher amada não mais espera, ela vai atrás do que quer. A mulher amada pisa firme na estrada que deseja e não se importa em arregaçar as mangas e abrir destino, deixando medos, vergonhas e fraquezas para trás. Agora, mesmo com essa pós-modernidade toda, sabe pedir colo como ninguém.


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Rosa benta

Como que numa tradição, passada de geração em geração, ela, com sua idade ainda cheirando a adolescente, caminhava. Como já caminhou sua mãe, sua avó, sua bisavó. Caminhava por um caminho feito de calçadas de pedra e ruas tortas levando uma rosa em suas mãos. Levava uma rosa branca. E pelo caminho ia encontrando outras meninas, moças, mulheres, senhoras e até alguns homens com rosas nas mãos.

Rosas de todas as cores e tamanhos, algumas ainda em botão. De outras, vindas em mãos de crianças, faltavam algumas pétalas. E ela, como na fábula de joão e maria tinha vontade de ir jogando as pétalas pelo chão para marcar o caminho de volta. Era a primeira vez que ia sozinha. Tinha euforia. Tinha medo....
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Rosa de retalhos

O domingo amanhecia em fiapos de esperança no corpo esquálido de uma rosa. Contrariando o clima de Copa do Mundo, o verde e o amarelo davam lugar a trapos frios, quiçá tendência nas passarelas de Milão. Uma realidade tão próxima quão distante daquela mulher de corpo magro e cabelos descorados. Sol e tintura barata.

Em torno do cálice do seu corpo, possíveis roupas, impossíveis cobertas. Eram pele e lã e fibra sintética num contorno sem rima. Era Rosa. Mas não era rosa flor, era rosa espinho. Espinho de um inverno que feria bania entristecia o dia. E pelas rachaduras de uma prancha de papelão aquela rosa nascia. ...
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