Daniel Campos

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Encontrados 254 textos. Exibindo página 10 de 26.

05/07/2014 - Pela qual me tenho apaixonado

A mulher pela qual me tenho apaixonado tem uma natureza mais intimista. É uma das deusas mais misteriosas de se compreender. Busca a espiritualidade, a liberdade, a honestidade em sua jornada pela paz interior. Tem dificuldade em renascer, mas luta o tempo todo para não se perder. E ela poda as arestas de seus sentimentos cometendo assim um pecado mortal. Cerca-se de uma racionalidade sem razão de ser. É água e fogo, difícil de dominar por Afrodite. Dada aos medos, recusa-se aos próprios desejos. ...
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06/04/2010 - Pela queda de Bento XVI

É como católico apostólico romano praticante que peço o impeachment do Papa Bento XVI. O fato de ser acusado de encobrir denúncias de pedofilia dentro da igreja que comanda é a gota d’água para sua queda. Que ele caia em nome de uma igreja que precisa ser mais religiosa e menos política, mais sentimento e menos burocrática, mais amor e menos finança. Bento XVI não honra o nome que veste desde o momento em que foi sagrado papa. Afinal, o senhor Joseph Alois Ratzinger não chega aos pés de São Bento. ...
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16/07/2015 - Pelas voltas do relógio

De manhã me beija colocando em minha boca a sorte do dia em sete sementes de romã. Às onze horas se enrosca em meu pescoço como medalha de bronze por eu já ter vencido parte do dia me dizendo vá em frente sem demora. Quando der meio dia e meia serpenteia pelo meu corpo fazendo-o nu num ócio criativo, apaziguando o rebu ativo, buscando pausas e dando-me asas. Ao chegar as quinze e dezoito chegue como uma bandeja repleta de pães, cafés, biscoitos e frutas adocicadas e antes que eu diga seu nome permita ser devorada com toda fome. Durante a tarde verá como arde o homem apaixonado, sem futuro e sem passado, que leva o presente por entre os dentes. Às dezessete badaladas tentarei fugir e me chamará de pivete e me trará de volta à porta como se fosse o seu moleque. As dezenove, mais mansa, como quem não de amar não cansa, dirá “I love”. As vinte, acidente-se porque a noite já é nascida. E a noite até a paixão do açoite é bem-vinda. As vinte e uma já faça pernoite em mim. Meia-noite espanta meus fantasmas, deixa minha vergonha pasma, ama-me sem fim e peça para nunca eu a fazer sozinha. Quando der duas da madrugada, sentindo-se plenamente amada, com autoridade de rainha, dirá que pelas voltas do relógio, do tempo cronológico ou psicológico, é toda minha.


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18/12/2011 - Pelo avesso

O que eu quero, desquer. Troca meu gosto pelo desgosto. Se eu vou, não sai do lugar. Quando salgo, adoça. Qunado avanço, blefa. Transforma meu sonho em pesadelo e vice-versa. Se eu beijo, morde. Se eu mordo, assopra. Se eu mordo, assopro. Se eu sopro, chove. Se eu chovo, não molha.

O que eu busco, já tem. Se eu mio, late. Sofre quando sorrio. Gargalha a cada pranto meu Se despe quando visto. Quando sou verdade é mentira. Quando recuo, provoca. Quando pego, foge. Quando rolo, enrola. Enquanto colo, rasga. Quando morro renasce. Na hora que acordo, hiberna. ...
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10/04/2014 - Pelo que você é

Eu te amo pelo que você é. Eu te amo de cálice em pétala. Eu te amo vida em corpo de mulher. Eu te amo ora quietinho, na minha, na linha dos que vivem a sonhar de amor. Eu te amo aplaudindo de pé tudo o que você é. Eu te amo fazendo de ti o meu mundo. Eu te amo como o peixe ama o anzol, com todos os riscos e seduções. Eu te amo enquanto vou doando canções sobre você ao vento. Eu te amo na cama, no chuveiro, ao relento. Eu te amo de corpo inteiro, molécula por molécula. Eu te amo numa paciência impaciente ou numa impaciência paciente. Eu te amo pra frente, em frente, de frente. ...
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05/06/2013 - Pelo sonho

Pelo sonho que fica, pelo sonho que brilha, pelo sonho que palpita, não caia. Pelo sonho que dá, pelo sonho que eleva, pelo sonho que falta, não ceda. Pelo sonho que insiste, pelo sonho que grita, pelo sonho que fita, não desista. Pelo sonho que vai, pelo sonho que ri, pelo sonho que une, não traia. Pelo sonho que brinca, pelo sonho que move, pelo sonho que vinga, não volte atrás.

Pelo sonho que beija, pelo sonho que abraça, pelo sonho que deseja, não medre. Pelo sonho que sai, pelo sonho que casa, pelo sonho que atrasa, não demore. Pelo sonho que pari, pelo sonho que aperta, pelo sonho que rodeia, não abandone. Pelo sonho que renova, pelo sonho que inova, pelo sonho que troveja, não seque. Pelo sonho que chama, pelo sonho que trama, pelo sonho que floresce, não desame. ...
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17/04/2010 - Pelos cabelos da mulher amada

Eu quero a mulher que traz um mundo novo por entre os fios de seus cabelos. Um mundo com direito a grandes navegações e incursões poéticas e metafísicas. Eu quero descobrir o sexto sentido, o quinto elemento natural, o décimo terceiro signo e a quinta fase lunar ao longo do cabelo da mulher amada. Como eu queria que Deus me fizesse vento só para percorrer num sopro tais cabelos. Quanta delicadeza há implícita nos fios que desenham a moldura que me leva ao rosto da mulher amada.

Quero dourar o juízo quando o sol se derramar como um pote de mel, quente e doce, sobre os cabelos da mulher amada. Eu, ai como eu quero acampar pelos folículos pilosos de onde brotam os cabelos da mulher amada. Quero me banhar em xampus de espumas coloridas e em cremes macios e cheirosos. Quero sentir os pentes fazendo cócegas em minha barriga. Quero, ai como eu quero ver as estrelas brincando de esconder no decorrer dos cabelos da mulher amada. ...
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01/07/2015 - Pelos lírios

Trilhos subindo pelo seu corpo como espartilhos desejados como filhos pelos casais apaixonados que de amor entoam estribilhos. E que nos venham os lírios. E que raiem a nós os empíreos. E que nos arrepiem até os cílios. Que o amor faça cair os empecilhos. Que o amor pare os andarilhos. Que o amor reencaixe os ladrilhos. Que os corações deixem as condições de maltrapilhos. E que nos queiram os delírios. E que as estrelas desçam como colírios. E que esse destino seja estírio.


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06/12/2010 - Penduricalhos de natal

Pendure seus sonhos mais bem guardados nas galhas da árvore de natal. Pendure suas esperanças e o sorriso das crianças. Pendure as lembranças dos natais passados e o que colheu em suas andanças. Pendure as flores de Noel e as tranças da Rapunzel. Pendure os projetos prediletos, os planos de anos e as luas das ruas por onde passou. Pendure o que ficou depois de tantos balanços, retrocessos e avanços. Pendure música e dança e até mesmo a estrela que não se alcança.

Pendure o beijo que arde nos lábios e as teorias dos astrolábios. Pendure bolas tão redondas quão o mundo. Pendure o que encontrou depois do poço sem fundo. Pendure abraços e passos. Pendure as frutas da estação e um sabor temporão. Pendure velas e aquarelas. Pendure as poesias que colecionou. Pendure a promessa que vingou. Pendure a santa e essa força tanta. Pendure as meias e o medo que ainda receias. Pendure cartas e loucuras fartas. ...
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Pensamento

O tempo levanta escuro. Um cinza quase negro. O vento se mostra selvagem. Vira de um lado, vira de outro. Não sossega. Como um cavalheiro, dobra a cintura das árvores em sua dança. Como um sedutor barato, parece querer abocanhar todas as folhas. Folhas verdes. Folhas vermelhas. Folhas amarelas. Folhas rodopiando no ar. Vez ou outra, um barulho de manga caindo no chão. Em meio aquele vento, nem as abelhas conseguem se sustentar no ar e assim, rodopiam. Venta. E o vento varre as águas do lago. Sereias e botos se escondem. Venta. E o vento vasculha cada palmo de terra, descoberto ou não. O vento parece procurar alguém. De repente, uma nuvem de poeira passa apressada, com medo de se molhar. Os olhares se enchem de céu. Um céu que ronca. O medo de chuva de pedra. Trovões. Os cachorros se protegem como podem. As cigarras mais abusadas ainda cantam. As portas batem. Os pedidos para que a chuva venha calma se proliferam. Os relâmpagos e seus clarões iluminam os rostos. Por alguns instantes, alguns rostos surgem como há tempos não se via. Já há quem providencie panelas para capturar as primeiras goteiras. Já há quem queime palma benta, jogue sal grosso no terreiro, invoque a proteção de santa Bárbara. E ela, a chuva, chega. Primeiro, um chuvisqueiro prematuro. Uma pausa. Depois, ela se entrega. O vento ainda carrega suas águas. O pó se cala no chão. A terra escorre suculenta. As nuvens se cruzam ligeiras. De repente, um pássaro se arrisca num vôo solo. O tempo fechado como poucas vezes fora visto. O horizonte some. A chuva que desaba no lago é a mesma que se transforma em algumas gotas numa teia de aranha. Alguns conversam, outros se aquietam e deixam seus olhos correrem para aquele mar de ponta cabeça. Olhos piratas que velejam em busca de alguém.


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