Daniel Campos

Prosas

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 3193 textos. Exibindo página 271 de 320.

23/05/2017 - Seja sua amiga e seu amor

Afasta-te do que de um jeito ou de outro não faz bem. Distancia-te do que só traz importunação. Não se importe em perder quem só te faz perder. Muitas vezes, por medo ou puro comodismo, inventamos mil desculpas para nós mesmos para não cortarmos certos laços. Pense: quantos de seus amigos têm, de fato, amizade por você? Reflita: quantos dos seus amores realmente são feitos de amor? Essa necessidade de sermos aceitos, de não ficarmos sozinhos, de acumular pessoas, é altamente destrutiva.
...
continuar a ler


Comentários (2)

08/09/2016 - Seja tudo o que meus passos quiserem

Eu sigo em frente porque eu quero o que ainda não sou. Eu continuo porque, quando parado, já me perdi daqueles que passaram por mim. Eu não tenho medo do que virá, mas pânico daquilo que ainda me deixará. O desapego é mais do que uma teoria, é uma necessidade. Não quero levar nada do que não me pertence. Porém, o desafio é esse, o que, de fato, faz parte de mim, veio para mim, dará frutos em mim. Não sei! Só vivendo. E viver, machuca. E quem fica parado não vive. Então, entre a dor de seguir em frente e a certeza de que não serei nada ficando aqui, parado, no meio do que já perdeu a validade, eu continuo. Firmo meus passos e avanço. Tropeço, canso, entorno... mas continuo rumo ao que um dia ainda me dará prumo. Porque o passado me enverga, o hoje me desalinha e o desconhecido me faz igual a qualquer um. No amanhã, os pratos da balança do que serei e do que poderia ter sido tem os mesmos pesos porque tudo depende do meu agora. E não devo ter medo de desequilibrar esses pratos, porque é no desequilíbrio que a vida acontece. Então, sigo em frente e que seja tudo o que meus passos quiserem.


Comentar Seja o primeiro a comentar

05/03/2012 - Seletas lembranças

Amanhã, eu não quero me lembrar das histórias que não vivi, das árvores que não plantei, dos sorrisos que não experimentei, dos livros que não escrevi, dos passos que não dancei, das lutas que não tentei vencer, das viagens que não me levaram a lugar algum.

Amanhã, eu não quero me lembrar dos caminhos que deixei, dos retratos que não estou, dos mares que não cruzei, das chuvas que não tomei, das dores sem remédio, dos doces que não roubei, dos abraços que não ganhei.

Amanhã, eu não quero me lembrar dos deuses que não chamei, dos sonhos que não me dei, dos espelhos que não me vi, das palavras que não entoei, dos segredos que não descobri, dos céus que não voei, dos destinos que eu queimei.


Comentar Seja o primeiro a comentar

28/05/2012 - Sem

Ruas sem nome, casas sem número, corpos sem rosto, crianças sem mãe, cachorros sem dono, noites sem lua, cabides sem roupa, barracos sem luz, armários sem comida, torneiras sem água, praças sem chafariz, cometas sem cauda, aranhas sem teia, mesas sem cadeira, gravatas sem nó, flores sem cheiro, barrigas sem filho, pulgas sem pulo, garrafas sem cachaça, árvores sem fruto, covas sem defunto, escritos sem papel, atores sem palco, carrascos sem dó, bailarinas sem pontas, sentimentos sem saudade, romances sem finais felizes. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

17/08/2011 - Sem abusos

Se ela falou, por favor, perdoe. Se ela chamou, sem rancor, voe. Se ela sangrou, dor em dor, doe. Faça uma doação de palavras; crava as unhas em teu céu de manhãs, manhas e mumunhas. Rasgue nuvens, desfie horizontes, entonte estrelas, mas não caia nem traia a lua que ela te deu. Se ela chorou, abençoe o pranto que jaz. Se ela cantou, entoe o encanto que há. Se ela badalou, soe o acalanto de lá. De lá de trás dos temporais escusos, onde a vida se refaz sem maiores abusos.

Depois de sangrar, de badalar, de cantar, surge amena e intensa, como Maria, como Madalena, como que vinda de uma mutação poética. Impossível observá-la de soslaio. Os olhos varrem seu corpo e interrogam cada célula. Os olhos perguntam de um tudo andando de um lá para outro. Vez em quando esses mesmos olhos tropeçam em sua geografia, machucam-se em seus espinhos e confundem seu suor com maresia, seu perfume com vinhos. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

30/03/2016 - Sem condenação

Não há chance de condenação. Desfaça os julgamos. Descarte toda e qualquer acusação e amemo-nos no melhor do perdão. Não há porque querer prender, torturar, matar um amor que veio para juntar, ligar, unir e não para desvencilhar a coisa amada do ser amado. E que o direito apaixonado garanta dos direitos dos dois lados que, na verdade, são um só quando o assunto é uma saudade que chega a dar nó. Provas, só de amor. Trova por onde for a libertação e não a condenação do pecador. Mas atenção, pois contra ele somente há a denúncia de que pecou por amar além da conta.


Comentar Seja o primeiro a comentar

04/08/2011 - Sem defesa

Cansei de me defender. Assumo a covardia como estilo. Nunca fui um valente. Jamais briguei por mim ou por quem quer que seja. Sempre me escondi. Sempre me esquivei. Não me importei em cair tantas vezes. Cheguei até a me fingir de morto. Apanhei muito sem revidar. Não sou dado a gestos heróicos. Tornei-me insensível a injustiça particular e alheia. Se possível, passo invisível pelas confusões, pelos canhões, pelos arpões, pelos grilhões, pelos turbilhões...

Não defendo a minha vida, o meu casamento, os meus filhos, o meu cachorro. Não defendo os meus ideais, tampouco as minhas ideias. Não defendo a minha comida, a minha casa, o meu salário. Não defendo as luas que me cobrem, os deuses que me rogam, os desejos que me habitam Não defendo a cachaça que engulo, o suor que derramo, a boca que beijo. Não defendo minha cara amarrada, minha amada, minha ladra, minha jornada, minha invernada... ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

18/10/2014 - Sem errrar

Nada de se cegar. Nada de idealizar. Nada de parar de analisar a fundo o que está a se mostrar. Nada de ocultar. Nada de deliberar sobre o que está além do raciocinar. Nada de se jogar sem saber com certeza se haverá alguém para lhe aparar. Nada de se doar por inteiro a quem vai lhe desprezar. Nada de calar sua boca em outra boca que só sabe dela falar. Nada de desejar quem só sabe se desejar. Nada de colocar a vida mesa do bar. Nada de apostar o amor numa roleta que não para de girar. Nada de se hipnotizar. Nada de se deixar dominar por quem não tem nada a dar. Nada de se negar. Nada de esperar por quem não vai voltar, tampouco ficar. Nada de se deixar nas mãos de quem não sabe amar. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

25/02/2010 - Sem inspiração

Desta vez o papel em branco não me diz nada. Completamente nu de linhas e palavras, cala-se como um paredão de concreto branco. Os olhos chegam a doer olhando para ele. As mãos o percorrem de ponta a ponta, mas não conseguem colocar letra alguma ali. A folha pesa na cabeça do escritor, que pressionado se esvazia de qualquer inspiração. Coloca a imaginação para funcionar, remexe livros antigos, busca recortes, espia pela janela, mas não há nada que o motive a desfazer aquela branquidão.
...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

23/01/2011 - Sem luz

Estou sem força, sem energia, sem luz, sem eletricidade. Estou ilhado, no escuro, com saudade dos watts e volts. Já perdi a hora de quantas horas vivo em blackout. Perdi o capítulo da novela e da janela só se vê o breu. Voltei ao tempo da roça, dos lampiões e lamparinas, de andar pela rua escura em companhia da lua. Os cachorros não param de latir, assombrações e ladrões aproveitam, cada um ao seu modo, dias e noites assim.

Não há como ligar o computador, recarregar o celular, ouvir um disco, assistir um filme, fazer uma ligação. Em seus altos e baixos, em seus piques e repiques, a energia ainda se dá ao desfrute de queimar o que restou na tomada. Tá tudo um caos. É preciso comprar mais velas e pilhas para as lanternas. Estou, como tudo ao redor, apagado, desligado, exilado... se explodir a terceira grande guerra só irei saber quando os soldados chegarem aqui....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   269  270  271  272  273   Seguinte   Ultima